
O mercado global do açúcar registrou uma leve recuperação nesta semana, revertendo parte da forte pressão das últimas semanas que havia levado as cotações ao menor nível desde 2019. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os contratos futuros do açúcar bruto para março fecharam a sessão de 13 de novembro a 14,44 centavos de dólar por libra-peso, após terem caído a 14,04 centavos na semana anterior.
A alta foi classificada por analistas como uma correção técnica, reflexo do fundo recente atingido pelos preços.
A retomada parcial ocorre em meio a expectativas relacionadas à política de exportação da Índia, segundo maior produtor mundial de açúcar. O governo indiano indicou que pode liberar a venda externa de 1,5 milhão de toneladas na nova safra, apoiado pela redução do desvio de açúcar para etanol — fator que tende a elevar o excedente interno.
Ainda assim, o mercado permanece cético. Segundo a consultoria Green Pool, não há clareza sobre a disposição das usinas indianas em exportar com prejuízo, já que os preços internacionais estão muito abaixo dos praticados no mercado doméstico. A possibilidade de subsídios governamentais continua sendo um dos principais elementos de incerteza.
No Brasil, os números preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam forte retração nas exportações de açúcar e melaços neste início de novembro. A receita diária média caiu para US$ 53,19 milhões — queda de 37,7% em relação à média registrada no mesmo mês de 2024.
O volume embarcado também diminuiu. A média diária recuou de 178,4 mil para 137,1 mil toneladas, redução de 23,1%. Nos primeiros cinco dias úteis do mês, o Brasil exportou 685,7 mil toneladas, somando US$ 265 milhões.
O preço médio por tonelada mostra enfraquecimento ainda mais acentuado: passou de US$ 478,20 em novembro do ano passado para US$ 387,90 em 2025, queda anual de 18,9%.
Apesar da leve reação em Nova York, o mercado internacional segue pressionado por excesso de oferta, incertezas sobre a política indiana de exportação e preços internacionais ainda fragilizados. Analistas avaliam que a recuperação deve ser gradual e altamente dependente das decisões da Índia e do ritmo das exportações brasileiras.
Fonte: Portal do Agronegócio