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DE OLHO NO BIODIESEL – BOLETIM SEMANAL DE MERCADO DA SCA BRASIL (18 a 22/11/2024)
Nos mercados internacionais a semana foi marcada pela elevação das tensões do conflito entre Rússia e Ucrânia que aumentou o sentimento de aversão ao risco e fez os preços do petróleo, ouro e dólar dispararem mundo afora. Por aqui, o câmbio não acompanhou o cenário externo e mostrou baixa volatilidade, ainda à espera do pacote de corte de gastos, que foi adiado mais uma vez. O dólar comercial fechou a semana a R$5,814, aumento de 0,4%.
Já a cotação da soja e seus derivados registrou quedas expressivas do flat price ao longo da semana, impactada pela ausência de riscos climáticos na América do Sul, bom avanço do plantio no Brasil, uma previsão de colheita cheia nos Estados Unidos e recentes nomeações do futuro governo Trump. Lee Zeldin, indicado para a EPA (Agência de Proteção Ambiental), é conhecido por sua oposição ao pacote de incentivos aos biocombustíveis do governo Biden (IRA, na sigla em inglês) e esta mudança pode trazer volatilidade ao mercado.
Notícias de que a Indonésia poderá adiar o mandatório de 40% de biodiesel na mistura do diesel para julho de 2025 derrubaram em cerca de 9% o óleo de palma das máximas da semana anterior. O óleo de girassol CIF na Europa também registrou queda, passando de $1.290/t no começo da semana passada, para $1.255/t.
No mercado doméstico, apesar do dólar americano acima de R$ 5,80, as cotações seguiram a tendência de queda de Chicago, onde os contratos futuros atingiram mínimas históricas. Em Rondonópolis (MT), importante polo de produção de biodiesel, a saca recuou de R$ 154,00 para R$ 147,00.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) atualizou sua projeção do balanço de oferta e demanda para a safra 2025. Espera-se que a produção de soja atinja 167,7 milhões de toneladas, com um esmagamento de 57 milhões de toneladas, gerando uma estimativa de produção de 11,4 milhões de toneladas para óleo de soja.
As exportações podem atingir novo recorde, chegando a 104,1 milhões de toneladas de grãos. Já no óleo de soja, em função do aumento da demanda de biodisel com o aumento do percentual de mistura para 15% em março, as estimativas para e exportação deverão se manter próximas dos volumes dessa safra, em um milhão de toneladas. O contrato de janeiro/25 de óleo de soja negociado na Bolsa de Chicago (CBOT), fechou em 41,84 cents/libra na sexta-feira (15/11), baixa acumulada de 8,0% na semana, enquanto os prêmios do óleo de soja em Paranaguá, fecharam a semana em 6,30 cents/libra na semana, uma redução de 15%. Como consequência, o flat price do óleo de soja FOB Paranaguá reduziu 7,1% na semana, atingindo US$1.061/ton.
Segundo levantamento da SCA Brasil, o mercado spot de biodiesel teve novamente uma semana de liquidez bastante reduzida, com um volume reportado de 1.545 m³, recuo de 65% em relação à semana anterior. O preço médio de R$6.242/m³, com PIS/Cofins e sem ICMS, teve pequena redução de 0,6% em relação à semana passada.
De acordo com o levantamento de preços realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) na semana de 04 a 11 de novembro, o preço médio Brasil de biodiesel, com PIS/Cofins e sem ICMS, ficou em R$ 6.192/m³, um aumento de 4,4% em relação à semana anterior. Os preços mais elevados foram registrados na Região Nordeste, atingindo R$6.466/m³, enquanto a Região Sul teve os preços mais baixos do país, a R$6.077/m³.
