Mercado de açúcar: produção no Centro-Sul e câmbio derrubam preços em NY, enquanto Londres oscila

Embarque de açúcar para exportação — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Os contratos futuros do açúcar recuaram nos principais mercados internacionais nos últimos pregões, pressionados pelo aumento da produção no Brasil e pela desvalorização do real frente ao dólar. Enquanto Nova York registrou quedas consecutivas, Londres apresentou leve recuperação nesta quarta-feira (3).

Aumento da produção no Centro-Sul impulsiona oferta

De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), a produção de açúcar no Centro-Sul cresceu 16% na primeira quinzena de agosto em relação ao mesmo período de 2023, alcançando 3,615 milhões de toneladas. O mix açucareiro também aumentou, com 55% da cana destinada ao adoçante, ante 49,15% no ano passado.

Apesar desse avanço, o volume acumulado até meados de agosto soma 22,886 milhões de toneladas, 4,7% abaixo do registrado no ciclo anterior. Segundo a consultoria Covrig Analytics, as usinas têm priorizado a produção de açúcar em detrimento do etanol, apoiadas pela maior rentabilidade do produto e pelas condições climáticas mais secas.

Impacto do câmbio e exportações

A desvalorização do real frente ao dólar contribuiu para a pressão nos preços internacionais. O câmbio mais favorável impulsiona as exportações, ampliando a oferta de açúcar brasileiro no mercado externo e limitando ganhos nas cotações.

Desempenho em Nova York

Na ICE Futures, em Nova York, os contratos de açúcar bruto encerraram em queda na terça-feira (2). O vencimento de outubro/25 recuou 22 pontos, para 16,15 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o de março/26 caiu 23 pontos, a 16,78 centavos.

Na quarta-feira (3), a pressão negativa continuou: outubro/25 operava em queda de 0,12%, negociado a 16,13 centavos de dólar por libra-peso, e março/26 recuava 0,36%, a 16,72 centavos.

Mercado em Londres mostra resistência

Na ICE Europe, em Londres, os preços oscilaram. Na terça-feira (2), o açúcar branco recuou, com o contrato de outubro/25 caindo US$ 11,10, para US$ 491,00 por tonelada, e o de dezembro/25 perdendo US$ 10,20, a US$ 476,10 por tonelada.

Já nesta quarta-feira (3), o açúcar branco apresentou leve alta: o contrato de outubro/25 foi cotado a US$ 491,20 por tonelada, valorização de 0,04%.

Mercado interno: açúcar cristal e etanol

No Brasil, o açúcar cristal registrou leve valorização. Segundo o Indicador Cepea/Esalq (USP), a saca de 50 quilos foi negociada a R$ 118,99, alta de 0,13%. Por outro lado, o etanol hidratado apresentou pequena queda. De acordo com o Indicador Diário Paulínia, o metro cúbico foi comercializado a R$ 2.883,50 nas usinas, baixa de 0,02%.

Fonte: Portal do Agronegócio