Por Leonardo Gottems
De acordo com informações da Hedgepoint Global Markets, na última semana de novembro, os preços do açúcar mostraram sinais de enfraquecimento. Essa dinâmica foi influenciada por mudanças pouco expressivas nos fundamentos do mercado e pelo feriado de Ação de Graças, que paralisou as operações nos Estados Unidos. Apesar da desaceleração, aspectos estruturais e conjunturais mantêm o mercado atento às perspectivas para o setor.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma redução na produção brasileira de açúcar na safra 2024/25, causada principalmente pela menor produtividade esperada na região Centro-Sul. Ao mesmo tempo, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) destaca o início da entressafra, período marcado por volumes reduzidos de colheita de cana e produção de açúcar, quando comparados à safra anterior (2023/24), o que limita a oferta disponível.
Outro fator relevante é o impacto das moedas no comércio de commodities. A valorização do dólar frente ao real cria um ambiente menos favorável para commodities no mercado internacional. Contudo, a desvalorização do real impulsiona as exportações de açúcar brasileiro, tornando-o mais competitivo no cenário global.
Por fim, o enfraquecimento da moeda brasileira também contribui para tendências inflacionárias internas, sustentando os preços do açúcar cristal no mercado doméstico. Essa dinâmica reforça a importância de monitorar os fatores econômicos e climáticos que impactam o setor.
“No mercado doméstico, a forte desvalorização do real torna o mercado interno menos atrativo para os produtores, favorecendo uma tendência inflacionária. Como resultado, o preço do açúcar cristal deve permanecer elevado. Essa pressão inflacionária também afeta outros mercados, especialmente naqueles em que o Brasil é importador líquido”, conclui Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint Global Markets.
Fonte: AgroLink