
A importação de fertilizantes pelo Brasil bateu recorde em julho, atingindo 4,79 milhões de toneladas, alta de 15,6% sobre junho, conforme relatório da consultoria Datagro com base em dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O principal motivo para o aumento expressivo foi a antecipação das compras por produtores brasileiros, que buscam garantir o fornecimento diante da escalada da guerra comercial dos Estados Unidos contra países que mantêm relações comerciais com a Rússia.
O governo americano, sob a gestão de Donald Trump, ameaçou impor tarifas secundárias de até 100% para países que continuam comprando fertilizantes russos, intensificando a pressão sobre o mercado global. Com isso, produtores no Brasil aceleraram as importações para evitar possíveis restrições futuras e garantir o insumo essencial à produção agrícola.
No acumulado de 2025, o volume importado soma 24,2 milhões de toneladas, superando o recorde anterior de 2022. A Rússia permaneceu como principal fornecedora, seguida pela China, que apresentou crescimento de 75,7% nas exportações ao Brasil, e pelo Canadá.
O impacto das tarifas e o aumento da demanda pressionaram os preços internacionais dos fertilizantes, com o custo médio CIF alcançando US$ 570,87 por tonelada, aumento de 13,2% em relação a junho.
A antecipação das compras e a incerteza no mercado, agravadas por tensões geopolíticas, têm levado o Brasil a registrar níveis elevados de importação e gastos, que já somam US$ 8,8 bilhões em 2025.
Especialistas alertam que a tendência de alta deve se manter no segundo semestre, período tradicionalmente de maior aquisição do insumo, e que, mesmo com preços elevados, os produtores priorizam as compras para evitar perdas na produtividade.
Fonte: Money Report