
As riquezas do Marrocos vão muito além dos cartões-postais e do deserto do Saara. Segundo reportagem da AGFeed, o país tem papel estratégico no agronegócio global por concentrar 70% das reservas conhecidas de fosfato e abrigar a OCP, estatal que responde por quase 6% do PIB nacional. A companhia avança em um plano global de descarbonização baseado em energia renovável, amônia verde, captura de carbono e produção de fertilizantes de baixo impacto ambiental, com foco crescente no Brasil.
Durante visita a unidades produtivas da OCP Nutricorps, no porto de Jorf Lasfar, a empresa apresentou seu compromisso de neutralizar emissões dos escopos 1 e 2 até 2030 e do escopo 3 até 2040. Projetos como o uso integral de energia solar e eólica, substituição de motores a combustão por elétricos e a integração de amônia verde à produção já estão em andamento. A empresa destaca que fertilizantes como o TSP, de menor pegada de carbono, devem ganhar espaço em mercados que pressionam por soluções sustentáveis, especialmente diante do CBAM europeu, que entrará em vigor em 2026.
Outro eixo prioritário é a saúde do solo. A companhia prepara o lançamento de produtos com menor emissão e desenvolve iniciativas que combinem eficiência nutricional e sequestro de carbono. Startups ligadas ao ecossistema de inovação da UM6P, como a Tourba e a Agribiotech, trabalham com manejo regenerativo e biológicos, áreas que vêm ganhando forte tração no Brasil. A expectativa é ampliar projetos que integrem biotecnologia, fertilizantes customizados e práticas agronômicas de baixa emissão.
Com investimentos de US$ 13 bilhões até 2027, a OCP ampliará sua produção de fosfatos e fertilizantes, buscará fornecedores e produção própria de amônia verde e fortalecerá pesquisas com centros brasileiros. A companhia afirma que o Brasil é peça central nessa estratégia, tanto pela demanda crescente por soluções sustentáveis quanto pelas oportunidades em solos tropicais, onde práticas de precisão e biológicos podem elevar produtividade e reduzir impactos ambientais.
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