Por Camila Souza Ramos
A Jalles Machado encerrou o terceiro trimestre da safra 2023/24 com lucro líquido de R$ 75,8 milhões, um resultado 83% menor do que o do mesmo período da temporada anterior. A fraqueza do mercado de etanol afetou o desempenho financeiro da companhia, mas o aumento dos ganhos com açúcar convencional e orgânico ajudou a limitar a queda.
A receita líquida caiu 2,7%, para R$ 495,9 milhões. O volume de comercialização de etanol recuou 26,5%, e o de açúcar, em contrapartida, aumentou 28%. A receita com etanol hidratado (sem incluir a da Usina Santa Vitória, comprada recentemente) teve queda ainda mais expressiva, de 45%, para R$ 49,9 milhões, pressionada também pelos baixos preços.
Já a receita com as exportações de açúcar VHP triplicou, chegando a R$ 19,1 milhões. A Jalles Machado também acelerou as vendas de Créditos de Descarbonização (CBios) para aproveitar os preços altos, o que gerou uma receita de R$ 32 milhões, sete vezes maior do que a de um ano antes.
O aumento do volume de comercialização de açúcar, com boas margens, ajudou a melhorar a geração de caixa operacional. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 6,1%, a R$ 332,7 milhões.
A empresa continuou elevando seus investimentos nos canaviais e em fábrica de açúcar, cumprindo com as promessas de expansão que ela fez no IPO. Apenas o capex de expansão cresceu 50% no trimestre, e o capex total, somado aos investimentos em tratos culturais, foi de R$ 345,2 milhões, ou 7% maior que o do mesmo trimestre da safra passada. Sua posição de caixa no fim do trimestre fornecia uma situação confortável para o cumprimento de compromissos de curto prazo, com R$ 1,1 bilhão à disposição.
A dívida líquida da companhia cresceu 69% em um ano e chegou a R$ 1,4 bilhão. Desse montante, os vencimentos de curto prazo eram de apenas R$ 185,2 milhões. Com a melhora operacional, a alavancagem (Ebitda sobre dívida líquida) variou menos — 48% —, passando de 0,7 vez para 1,3 vez.
Fonte: Globo Rural