Juros do Plano Safra 2025-2026 devem subir para agricultura empresarial e familiar

Cerimônia de lançamento do Plano Safra – Foto: Joédson Alves

Por Isadora Duarte

Os juros aplicados nos financiamentos do Plano Safra 2025-2026 devem subir em relação à temporada atual tanto para a agricultura familiar quanto para a empresarial, relataram fontes ao Broadcast Agro. A pressão de aumento de juros aplicados na política de crédito rural vem da elevação da taxa básica de juros, a Selic, que passou de 10,5% por ano quando o Plano Safra atual foi definido para os atuais 15% ao ano.

Somado ao aumento expressivo dos juros, o aperto orçamentário do executivo limita a manutenção ou redução das taxas de juros, o que exigiria maior aporte do Tesouro para equalização.

De acordo com fontes, a expectativa nos bastidores é de aumento, em média, de 2 pontos porcentuais nas linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para determinadas culturas, como soja e milho. No Plano Safra atual, os juros do Pronaf variam de 0,5% ao ano a 6% ao ano, dependendo do porte do produtor e da finalidade de financiamento.

No âmbito do Pronaf, o governo ainda busca preservar juros baixos para linhas de financiamento voltadas à produção de elementos da cesta básica, como arroz, feijão, trigo, mandioca, entre outros.

Já no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), a alta de juros deve ser em torno de três pontos porcentuais. No Plano Safra atual, os juros para médios produtores foram de 8% ao ano e de 10,5% ao ano para financiamentos do Moderfrota para o Pronamp.

Ainda está em aberto a definição de juros aplicados para financiamentos de médios produtores ligados a produtos da cesta básica, de acordo com fontes. Em relação aos demais produtores, a expectativa dos bastidores é de juros próximos à Selic. Grandes produtores, entretanto, terão a maior parte dos financiamentos a partir de recursos livres. sem taxas controladas.

O governo vinha afirmando que o aumento de juros seria praticamente inevitável, mas sem cravar uma alta de juros generalizada, buscando preservar taxas atrativas para culturas consideradas prioritárias e estratégicas para abastecimento doméstico.

Segundo um dos interlocutores, dado o aperto orçamentário e o patamar atual da Selic, os juros são o principal desafio do executivo na construção do Plano Safra atual. “Os juros deverão ser realmente mais desafiadores para o setor. Não será o exercício fácil equilibrar os montantes a serem disponibilizados nas linhas equalizadas com juros mais razoáveis”, apontou uma fonte.

Os números do Plano Safra foram apresentados na manhã de quinta-feira, 26, pela equipe agrícola e econômica ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A política de crédito da agricultura empresarial está prevista para ser anunciada na próxima terça-feira, 1º, enquanto o lançamento do Plano Safra da agricultura familiar está confirmado para segunda-feira, 30, às 10h.

Fonte: Broadcast