Jogo bruto e interesses intrínsecos na gestão da Petrobras

A troca de comando entre Jean Paul Prates e Magda Chambriard, na presidência
da Petrobras — Foto: Arte Valor

Bruno Carazza, colunista do jornal Valor Econômico, elenca argumentações a respeito dos interesses políticos e econômicos que permeiam a gestão da Petrobras.

“Segundo dados do Tesouro Nacional, entre 2021 e 2023 a Petrobras transferiu para o governo federal mais de R$ 114 bilhões de reais em dividendos, sem os quais as dificuldades fiscais seriam muito maiores. Nesse sentido, é natural observar um certo alinhamento entre a área econômica do governo e os acionistas minoritários. Ainda no rol das partes interessadas, até mesmo quem não tem nem um centavo aplicado em ações da Petrobras é afetado pelas decisões da empresa, porque se ela for mal administrada ou não contribuir adequadamente para o processo de descarbonização de nossa matriz energética, todos nós seremos convocados a quitar a fatura, seja como pagando mais tributos para cobrir os prejuízos da companhia ou arcando com os efeitos mais graves do aquecimento global”, afirma o colunista.

Carazza analisa a configuração societária da empresa: “Como uma sociedade de economia mista, a companhia petrolífera brasileira precisa equilibrar os diferentes objetivos de seus donos. De um lado a União, que possui 36,6% do capital e é a controladora; de outro, investidores estrangeiros (que possuem 46,8% das ações) e empresas e pessoas físicas brasileiras (com 15,5%) – a própria Petrobras reserva o restante de 1,1% das ações em sua carteira. A multiplicidade de acionistas traz consigo muitos interesses em jogo, e não raro eles entram em conflito”.

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