Na queda de braços entre interesses políticos versus visão de mercado, Jean Paul Prates perdeu para o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa ganhou o lado dos interesses políticos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu ontem Jean Paul Prates da presidência da Petrobras. Foram pouco mais de 16 meses no cargo, Prates foi ‘acusado’ por seus oponentes de ter uma visão muito favorável ao mercado na gestão da empresa.
A substituta é Magda Chambriard, ex-diretora geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) no governo Dilma Rousseff. A crise que levou à demissão teve seu ápice em abril e envolveu uma disputa direta pelo poder na companhia entre Prates e Silveira. Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, Prates teria enviado a seguinte mensagem de Whatsapp a seus aliados: “Minha missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa”.
Em março, a remuneração aos acionistas da Petrobras havia sido fator de atrito entre Prates e parte do governo depois de o conselho de administração ter votado por reter em uma conta de reserva R$ 43 bilhões em dividendos extraordinários.
Ele queria que uma parte do dinheiro fosse distribuída aos acionistas como dividendo extra, mas foi voto vencido e acabou se abstendo na votação do colegiado sobre o tema. A postura foi interpretada por alas do governo como um alinhamento a minoritários, que defendiam a distribuição. A substituição de um nome mais “pró-mercado” por uma visão mais “nacionalista” teria guiado a decisão de Lula.
Íntegra da matéria: Valor Econômico (para assinantes)