
A inoculação da soja é hoje uma estratégia crucial para a redução dos custos com fertilizantes. A prática é baseada na utilização de bactérias que fixam nitrogênio no solo, tem se mostrado uma alternativa econômica e ambientalmente sustentável ao uso intensivo de adubos nitrogenados. O produtor nacional já percebeu esses benefícios na prática.
Segundo a CropLife Brasil, o segmento de inoculantes registrou um crescimento na utilização do produto de 15% na comparação da safra 2023/24 com a anterior. Nos últimos três anos a taxa média anual de aumento no uso foi de 21%, quatro vezes superior à média global.
A Cultura da soja tem uma demanda de 80 kg de nitrogênio para cada tonelada de soja produzida (Embrapa, Sistemas de Produção 17, 2020), considerando a produtividade obtida na última safra 2024/25 de 3.560 kg/ha (Conab, 10 levantamento Safra, 2024/25), a demanda de nitrogênio foi de 285 kg por ha.
Para um cálculo de economia gerada pelo processo de fixação biológica de nitrogênio (FBN) e utilizando a ureia como fonte de N, tendo como concentração 45% de N e uma eficiência em torno de 50%, seriam necessários cerca de 1.250 kg de ureia para produção de 3.560 kg/ha de soja, com um custo da ureia a US$ 448,5 por tonelada em 6 agosto, o investimento por hectare necessário seria de US$ 560 ou cerca de R$ 3.000,00 em adubação nitrogenada ou de economia pelo uso da FBN.
Fernando Bonafé Sei, gerente da área técnica da Novonesis, líder mundial em biossoluções explica que a FBN com uso do inoculante pode aportar mais de 300 quilos de nitrogênio por hectare para a soja, o que representa uma redução de custo de até 95%, em comparação ao fertilizante nitrogenado. Ele explica que a inoculação é uma das ferramentas mais eficazes para otimizar a produtividade da soja de modo mais sustentável.
“A simbiose estabelecida entre as plantas e as bactérias fixadoras de nitrogênio permite que a cultura acesse e disponibilize o nitrogênio atmosférico, minimizando a dependência de fertilizantes sintéticos. Isso não apenas reduz o investimento financeiro do produtor, mas também contribui para a saúde do solo em longo prazo, diminuindo o custo ambiental da produção”.
Para o agrônomo, além da economia direta, o uso de inoculantes, por meio da FBN, pode aumentar a produtividade média de soja em até 8% com a reinoculção (uso anual do inoculante), conforme dados da Embrapa (Embrapa, Sistemas de Produção 17, 2020), e contribui diretamente para a saúde do solo, pois promove a atividade microbiana e a ciclagem de nutrientes.
“Essa técnica é parte integrante de um manejo agrícola mais sustentável, alinhado às demandas por uma produção de alimentos mais eficiente e com menor impacto ambiental. Produtores que adotam a inoculação estão não apenas cortando custos, mas também investindo na longevidade e na fertilidade de suas terras”, afirma.
O estudo de campo realizado pela Novonesis e publicado no International Journal of Life Cycle Assessment, uma das principais publicações científicas do mundo, utilizou o inoculante Optimize® e constatou uma redução na emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), chegando a 4% por tonelada de produção de soja. O estudo utilizou como base a metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV), padronizada através de normas ISO.methodology.
A evolução das biossoluções – A Novonesis tem trabalhado no aprimoramento de cepas microbianas, buscando garantir a sobrevivência desses organismos em condições adversas e assegurar sua eficácia mesmo quando combinados com produtos químicos usados no tratamento industrial de sementes (TSI).
Normalmente a vida útil dos microrganismos biológicos era limitada a 24 horas após o tratamento. No entanto, inovações como o CTS 1000® da Novonesis, um inoculante à base de Bradyrhizobium, estenderam essa viabilidade para até 90 dias após o tratamento industrial de sementes.
“Além de prolongar o período pós-tratamento da semente e simplificar o plantio com a praticidade ‘abre e plante’, o CTS 1000® demonstra uma eficácia superior”, afirma Bonafé Sei. Ele complementa afirmando que estudos de campo comprovam um aumento médio de 8,5 sc/ha na produtividade em comparação com inoculantes padrão. Esse ganho é resultado da intensificação na formação de nódulos e na fixação de nitrogênio, proporcionada pela solução da Novonesis.
Outro diferencial tecnológico do produto são as moléculas precursoras de LCO (lipo-quitooligossacarídeos). Esses açúcares, produzidos pelas bactérias do gênero Bradyrhizobium, atuam como “sinais” para a planta da soja, indicando o início da infecção simbiótica e promovendo a nodulação. Esses sinais estimulam o processo de formação de nódulos de modo mais precoce, permitindo que os rizóbios introduzidos via inoculação comecem a trabalhar mais cedo.
Fonte: Agro Revenda