Por Camila Souza Ramos
A Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio) e as indústrias do setor pediram ao governo que revogue a dispensa temporária do cumprimento da mistura de biodiesel no diesel em 14% no Rio Grande do Sul, medida tomada diante da situação de calamidade no Estado.
No sábado, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou despacho em que flexibilizou a exigência de mistura do biodiesel no diesel no Rio Grande do Sul para 2% para o diesel S10 e para 0% no diesel S500 por 30 dias.
Em ofício ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o presidente da bancada do biodiesel, Alceu Moreira (MDB/RS), disse que algumas vias de escoamento do produto dentro do Estado já estão desobstruídas.
“Foi reportada ainda a retomada de envio de caminhões-tanque de biodiesel para as bases de distribuição de Canoas/Esteio, com origem em Passo Fundo/RS, transitando via Vacaria, Lages, BR101 e Gravataí – isso revela, em conjunto com vistoria in loco na rodovia de acesso às bases de distribuição – que há viabilidade técnica para o fluxo logístico entre usinas de biodiesel e o principal polo consumidor do Estado, particularmente aquelas ao leste da BR116”, afirmou.
Ainda segundo o parlamentar, também está se restabelecendo o fluxo de abastecimento de soja para as indústrias de biodiesel.
“Já se observa o retorno do fluxo logístico de caminhões pesados entre o interior do Estado e Rio Grande. Foram reportadas dezenas de cargas (mínimo de 50 carretas) de farelo de soja entre Ijuí e Rio Grande, via Alegrete. Também retoma-se o fluxo entre Veranópolis e Passo Fundo para Rio Grande, via Santa Cruz do Sul/Canguçu”, afirmou.
Segundo Moreira, atualmente apenas uma das nove indústrias de biodiesel instaladas no Estado está paralisada.
O deputado afirmou ainda no ofício que a flexibilização na mistura “compromete também a geração de renda no Estado em um momento delicado aos cofres do Estado, seja pela geração dos empregos, diretos e indiretos, bem como todos os impostos gerados pelas indústrias locais”.
Fonte: Globo Rural