Icofort, de óleo de algodão, projeta receita bilionária com planta em MT

Nova planta da Icofort, em Nova Mutum — Foto: Divulgação/Icofort

Por Paulo Santos

Com operações que se concentram principalmente no Nordeste do país, a Icofort Agroindustrial, que atua na extração e refino de óleo de algodão, decidiu expandir seus negócios para o coração agrícola do Brasil. Nesta sexta-feira, a empresa vai inaugurar uma fábrica em Nova Mutum, em Mato Grosso, com a qual ela quer alcançar o primeiro bilhão em receita.

A planta tem uma área total de 259 mil metros quadrados. Sua capacidade anual de produção será de 216 mil toneladas de caroço de algodão, e a de refino de óleo bruto de algodão, de 108 mil toneladas.

A companhia já tem outras duas unidades, em Luiz Eduardo Magalhães e Juazeiro, na Bahia. Com a planta em Mato Grosso, o faturamento da empresa deverá chegar a R$ 1,2 bilhão na safra 2024/25, projeta Décio Barreiro Junior, o principal executivo da Icofort. No ciclo 2023/24, a receita foi de R$ 800 milhões.

Ele conta que o planejamento para a construção da fábrica mato-grossense começou em março de 2021. “A oferta de algodão no Brasil cresceu bastante nos últimos cinco anos. Na nossa visão, era preciso estar onde a matéria-prima está. Para que a gente possa crescer e distribuir nosso produto com qualidade, tínhamos que estar com um pé em Mato Grosso”, disse o executivo ao Valor.

A estratégia de distribuição pesou para a escolha de Nova Mutum para a construção da unidade. “A Rumo está com projeto para construção de uma malha ferroviária que vai passar por Rondonópolis até Nova Mutum, com previsão para ser inaugurada em até quatro anos. Estamos confiantes de que será possível escoar nossos produtos por esse modal”, afirmou ele.

A nova fábrica produzirá farelo de algodão, matéria-prima na indústria de ração, margarinas e línter (produto extraído da semente do algodão que entrar na fabricação de diversos produtos, como telas de LED e papel moeda, por exemplo). Mas a principal aposta está no óleo de algodão.

“O óleo de algodão tem rendimento quatro vezes maior que o de soja, não penetra no alimento e tem sido bastante demandado por empresas de ‘food service’. Queremos ampliar a presença do óleo também para o consumidor final, mas isso ainda é um trabalho de formiguinha”, disse. O objetivo para o médio prazo, segundo Barreiro Junior, é ampliar o uso do óleo de algodão também na produção de biodiesel.

Fonte: Globo Rural