Governo definirá primeiras regras do Programa Mover

O governo federal deve anunciar para hoje as primeiras regras do “Mover – Programa de Mobilidade Verde” – que deverá nortear as diretrizes para a indústria automobilística em relação aos combustíveis que serão usados no futuro. O programa foi lançado em dezembro do ano passado para substituir o Rota 20230 e desencadeou uma disputa entre as montadoras, interessadas em subsídios para seus investimentos na mudança e maior competitividade para as marcas.

O Brasil tem o etanol como combustível há mais de 40 anos, recurso renovável e usado nos motores flex. A versão importada de carros “sustentáveis” traz outra questão, que são os motores elétricos, trazendo a discussão sobre os materiais usados para sua fabricação, como o lítio, em relação à sua durabilidade e por fim, sua reciclagem.

Na reportagem do jornal Estadão, o governo diz não ter “preferências” em relação a um ou a outro modelo de motor.  Com vistas ao objetivo final, que é a descarbonização dos veículos automotivos, o governo reservou R$ 3,5 bilhões do Orçamento para oferecer na forma de renúncias tributárias à indústria automotiva, valor que até 2028 chegará a R$ 19,3 bilhões. “Nosso papel é estimular o investimento em rotas que promovem a descarbonização. O Mover tem uma neutralidade quanto à rota tecnológica. Cabe às empresas decidirem; não é o governo que vai dizer: ‘Produza (carros a) etanol’. O governo promove todas as rotas tecnológicas, as empresas que avaliam as possibilidades de mercado”, disse o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério da Indústria e Comércio (Mdic), Uallace Moreira, em entrevista ao Estadão.

Na entrevista, o secretário também ressaltou que a política de tributação será maior para veículos mais poluentes, por meio do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), mas essa lógica não será critério para concessão de subsídios que venham a ser concedidos na instalação de novas fábricas no país.  Moreira disse que, como os híbridos flex emitem menos CO2, teriam maior vantagem comparativa. Mas também admitiu que os elétricos terão vantagem no curto prazo, quando ainda não entrará no cálculo o nível de poluição para a fabricação dos componentes dos veículos.

Íntegra da matéria: Estadão (para assinantes)