Por Victor Correia
O Ministério de Minas e Energia monitora a escalada do conflito no Oriente Médio e os possíveis efeitos no mercado internacional do petróleo, após ataque feito pelo Irã a Israel no fim de semana. A informação foi dada pelo chefe da pasta, Alexandre Silveira, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (15/4).
Silveira criou um grupo de trabalho dentro do ministério para discutir medidas caso o conflito se transforme em guerra, o que pode reduzir a oferta mundial de petróleo e derivados. Segundo ele, a ideia é pensar em ações “para que não haja o mínimo risco de falta de suprimentos, muito menos impactos mais dramáticos na economia nacional”.
“É importante que a gente esteja atento. O ministério está debruçado. Hoje mesmo fiz uma reunião com a Secretaria de Petróleo, Gás e Biocombustíveis a fim de que a gente possa, em um grupo que acabei de criar um grupo de monitoramento permanente da oscilação do preço do Brent (que classifica o petróleo cru), a gente possa agir de pronto com os mecanismos que nós temos e que respeitem a governança do setor privado e da própria Petrobras”, respondeu Silveira ao ser questionado por jornalistas após reunião do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, em Brasília.
O ministro afirmou ainda esperar que a escalada não avance. O Irã lançou no sábado (13) um ataque a Israel com drones e mísseis, em retaliação a agressões cometidas pelo país, como a destruição da embaixada iraniana em Damasco, na Síria, matando sete pessoas, inclusive um líder militar do Irã. Israel defendeu o ataque e sofreu poucos danos, e estuda a possibilidade de retaliação — o que pode deflagrar uma guerra no Oriente Médio.
Brasil pode sofrer impactos
O Irã é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, e a região está cercada por outros grandes exportadores, como a Arábia Saudita. Uma guerra em larga escala no Oriente Médio pode trazer prejuízos significativos e encarecer o preço do combustível.
“Se assim se der, o Brasil como todos os países do mundo, tem e sofre impactos quando há restrição de produção ou comercialização de petróleo”, explicou o ministro. Ele destacou também a mudança na política de paridade internacional do preço dos combustíveis, que também pode amortecer os impactos.
Silveira afirmou ainda que fará uma série de reuniões durante o dia com distribuidores, com a Petrobras, e outros elos da cadeia produtiva para discutir medidas caso a escalada ocorra.
Fonte: Correio Braziliense