FS recebe certificado para combustível de aviação

A FS, pioneira na fabricação de etanol de milho no Brasil, obteve o certificado ISCC Corsia, credenciando a empresa a fornecer combustível renovável para o setor de aviação. Este reconhecimento é mundialmente inédito para uma produtora do biocombustível de baixo impacto no uso da terra. As informações são da Folha de S.Paulo (29/02).

Com três usinas em Mato Grosso, a FS produz soja e, na entressafra da cultura, cultiva milho de segunda safra, o que não desloca a produção de alimentos, evitando desmatamento ou emissões pela conversão de terras em agricultura.

Empresas como Raízen e BP Bunge Bioenergia também já receberam ISCC Corsia, mas têm em comum o uso exclusivo da cana-de-açúcar para a produção do biocombustível.

O CEO da FS, Rafael Abud ressaltou que as usinas brasileiras, sendo elas de etanol de milho ou de cana, conseguem se destacar em relação a concorrentes dos Estados Unidos no item emissões, pois nos EUA as empresas usam gás natural (fóssil) como fonte de energia das suas indústrias.

 No caso da FS, a certificação envolveu desde a fase agrícola e seus insumos, passando pelas usinas (movidas a biomassa de eucalipto e bambu), até o transporte ao produtor de SAF —a FS tem contrato com Rumo para escoar a produção do Mato Grosso até os polos exportadores por ferrovia, que gera menos emissões do que caminhões

Expansão

Anualmente, a FS fabrica mais de 2 bilhões de litros de etanol por ano, a terceira maior produtora do Brasil, atrás da líder Raízen, que usa a cana, e da Inpasa, que vem crescendo de forma acentuada na produção do biocombustível a partir do milho.

A FS iniciou a produção de etanol de milho em 2017 e deverá finalizar a safra atual (em março) com aumento de 8% nas exportações do produto, ante apenas cerca de 1% no ciclo anterior.

“Com as certificações que obtivemos, estamos com plano de avançar ainda mais nas exportações, especialmente visando atender esses mercados que usam um produto certificado e que tem baixa pegada de carbono”, afirmou Abud. Segundo o executivo, a planta foi pensada para converter 450 milhões de galões de etanol por ano em 250 milhões de galões de SAF por ano.

Fonte: Folha de S.Paulo