Fertilizantes recuam no Brasil e relação de troca volta a favorecer o produtor

Os preços dos principais fertilizantes caíram no Brasil após a forte volatilidade provocada pelo conflito entre Israel e Irã, que havia elevado especialmente a ureia. Segundo o relatório Radar Agro – Relação de Troca com Fertilizantes, do Itaú BBA, todos os nutrientes registraram retração em dólar e em real. O MAP alcançou o menor preço do ano, enquanto a ureia voltou a operar próxima aos níveis de 2024.

A queda dos insumos melhorou a relação de troca para produtores de soja, milho e algodão, que retornou para perto da média histórica entre nitrogenados e potássicos. O café permanece como exceção, ainda nas mínimas históricas devido às cotações elevadas. Esse ambiente abre espaço para antecipar compras da safrinha 2026, ainda atrasadas, e para iniciar o planejamento da safra de verão 2027.

O levantamento também destaca a mudança no perfil de consumo. Em 2025, cresceu o uso de fertilizantes de menor concentração, adotados como alternativa de melhor custo-benefício. No caso dos nitrogenados, o sulfato de amônio apresentou melhor valor por ponto de nitrogênio que a ureia. Entre os fosfatados, SSP e TSP ganharam espaço frente ao MAP por causa do menor preço nominal.

Essa migração também se refletiu nas importações. Entre janeiro e outubro de 2025, o Brasil comprou mais sulfato de amônio e supersimples do que no mesmo período de 2024, e esses volumes superaram, pela primeira vez, as importações de MAP — um movimento inédito no mercado nacional.

Mesmo com a recuperação recente do real, o câmbio segue determinante para a formação dos preços. A valorização de soja, milho e algodão fortalece o poder de compra do produtor e ajuda a equilibrar as relações de troca. Com insumos mais acessíveis e commodities em alta, o Itaú BBA projeta maior movimento de compras nas próximas semanas, com foco nas operações de inverno de 2026.

Fonte: Novidades MT