Fecombustíveis passa a divulgar composição dos preços de biocombustíveis

Visor digital em bomba de abastecimento de gasolina e etano
Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) passou a divulgar neste mês, semanalmente em suas redes sociais, informações sobre os preços dos biocombustíveis e outros fatores que compõem os valores da gasolina e do óleo diesel. A iniciativa busca dar mais transparência à dinâmica do setor de combustíveis.

Como são produtos agrícolas, etanol anidro, etanol hidratado e biodiesel seguem a lógica da oferta e demanda. O preço desses itens subiu após o aumento das misturas obrigatórias nos combustíveis fósseis, conforme anunciado pelo governo federal:

A elevação da mistura de etanol anidro na gasolina para 30% resultou em um aumento de 4,96% no preço do produto (até 8/8), segundo o Cepea/Esalq. Já o aumento da mistura de biodiesel no diesel para 15% fez o custo subir 6,40% (até 03/08), conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Além dos biocombustíveis, outros fatores também influenciam os preços finais, como:

Créditos de Descarbonização (CBIOs): emitidos por produtores de biocombustíveis e adquiridos obrigatoriamente pelas distribuidoras, os CBIOs são negociados na B3 (Bolsa de Valores). Seu custo pode ser repassado aos postos de combustíveis, impactando o preço ao consumidor.

Custos logísticos: o transporte do combustível até os postos — em um país com dimensões continentais — envolve diferentes modais e representa parcela significativa do custo repassado pelas distribuidoras.

Importações e refinarias privadas: cerca de 20% do diesel e 10% da gasolina consumidos no Brasil são importados, com preços atrelados ao mercado internacional. Além disso, refinarias privadas, como a Ream (Amazonas) e a Acelen (Bahia), praticam políticas de preços independentes da Petrobras.

A Fecombustíveis reforça que os preços dos combustíveis são livres em toda a cadeia de comercialização — da produção à revenda. A entidade não interfere, não regula nem sugere valores ou margens de lucro no setor.

Por Sarah Chaves

Fonte: JD1 Notícias