O Procurement Club, uma empresa que objetiva antecipar tendências e conectar os stakeholders que participam do ecossistema de Compras e Supply Chain através dos preceitos do Fair Trade, acaba de lançar a Pesquisa CPOs 2024 onde traça um panorama da área de Compras das empresas que atuam no Brasil e mostra seus planos de investimentos para 2024.
Este é o quarto ano da Pesquisa, que é realizada com executivos C-Level da cadeia de suprimentos, compras, riscos e líderes de gestão. Nesta edição, mais de 70% dos entrevistados são da área de Compras e Suprimentos e registrou-se uma participação expressiva de empresas de serviços especializados e consultorias, além da presença dos setores automotivo, tecnologia, mídia e alimentos e bebidas.
“Este é um panorama que traçamos sobre os temas que interessam a esta área, sobre melhorias de processos e tecnologias em uso, suas expectativas e planos. Ainda que seja estratégica e sua atuação seja importante na parte produtiva de uma empresa, muitas são as pressões e, por vezes, os temas em pauta são deixados a parte para cumprir um indicador que ainda é muito relevante, a redução de custos, comenta André Gurgel, CEO do Procurement Club, organizadora da Pesquisa.
O maior destaque é com relação a investimentos em tecnologia, inteligência artificial e automação. O objetivo de 52% dos entrevistados é automatizar para obter redução de custos operacionais da área, a melhoria do nível de atendimento e aumentar o foco em atividades estratégicas. Pelo menos 48% dos respondentes identificam gaps de tecnologias associadas a Compras e vão avaliar o mercado nesse sentido.
Uma das principais barreiras de aplicação efetiva da tecnologia neste setor, segundo 32% dos entrevistados, é a falta de integração das aplicações e a qualidade das bases de dados.
Embora a área de compras esteja cada vez mais estratégica, é importante anotar que o principal KPI é o saving e a redução de custos operacionais. Apesar de outras agendas estarem em alta e precisarem da atenção dos Compradores, a busca por redução de custos e despesas continua sendo o KPI mais importante nas empresas.
A Pesquisa apontou que 56% dos executivos entrevistados intensificarão o relacionamento junto às áreas financeiras, visando participar ativamente da construção e da gestão dos gastos Capex (despesas com bens de capital) e Opex (despesas operacionais), movimento que se torna um importante aliado na gestão de demandas.
Quanto a processos, pessoas e sistemas de compras, 73% dos entrevistados apontou que há margem de melhoria nas empresas em que atuam e que este será um ano de esforços concentrados na busca por excelência. Parte dessa tendência vem do “ajustar a casa” enquanto se aguarda um cenário mais estável em 2024 sob ponto de vista da economia: há maior preocupação com o ambiente político local em decorrência da aprovação ou revisão de reformas tributária e e pela gestão econômica do atual governo.
Cerca de 30% dos executivos demonstraram que as preocupações residem na continuidade do cenário inflacionário e desaceleração econômica. Questionados sobre a governança de compras esperada para 2024, os executivos mostraram a existência de um deck de políticas e procedimentos em Compras como uma prática consolidada. Entretanto, nem todos conseguem garantir a conformidade.
Um dos pontos sensíveis da operação de Compras é mitigar a ocorrência do Maverick Purchasing, baixa cobertura de Compras ou qualquer outra ocorrência de não cumprimento das normas estabelecidas pela empresa. Este é um item relevante não somente para garantir eficiência em Compras, mas também por se tratar de um elemento fundamental de Governança, ou seja, o “G” do ESG.
“O ESG é claramente uma pauta que ainda está em processo de adoção e internalização pelas empresas. A Pesquisa de 2023 e a de 2024 têm respostas muito parecidas com respeito aos planos relacionados ao ESG, porém, a Pesquisa mostra que não houve evolução relevante, transparecendo um certo “estacionamento” das ações”, destaca Gurgel.
Cerca de 70% dos executivos de Compras declararam que vão estruturar um plano de ESG ou intensificar estratégias, embora 60% declararam não conseguir medir ou avaliar seus fornecedores com relação ao ESG. As ações ESG são sempre bem-vindas pelos compradores, e seus executivos não se mostram insensíveis a fornecedores que entregam alguma ação neste contexto.
Entretanto, aspectos comerciais permanecem sendo, pela maioria das organizações de compras, preponderantes na escolha e gestão de fornecedores. – Fonte e outras informações: (https://www.procurementdigital.com.br).
Fonte: Jornal Empresas e Negócios