EUA recuam em tarifas e preço do petróleo volta a subir

Bomba de petróleo em Willow Springs Park, em Long Beach, Califórnia –
Foto: Apu Gomes/4.jan.25/AFP

Gabriela Ruddy

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou da decisão de adotar tarifas imediatas para importações e levou a uma intensa volatilidade nos mercados na quarta-feira (09/4), com reflexos sobre os preços do barril de petróleo. 

  • Trump vai adotar uma pausa de 90 dias nas taxas anunciadas na semana passada e reduzir a cobrança para 10%, após mais de 75 países terem procurado os EUA para negociação. 
  • A suspensão, no entanto, não é válida para a China, que teve a tarifa aumentada para 125% após adotar uma taxa de retaliação. 

Com o anúncio dos EUA, o preço do barril de petróleo interrompeu a queda e voltou a subir. O Brent para junho avançou 4,23% (US$ 2,66) e encerrou a quarta-feira a US$ 65,48 o barril.

  • Ao longo do dia, os contratos chegaram a cair abaixo dos US$ 60 o barril, com os preços da commodity atingindo os níveis mais baixos em mais de quatro anos.

A queda do preço do petróleo com a escalada da guerra comercial está ligada aos receios de recessão e redução da demanda por combustíveis, sobretudo no mercado chinês.

  • Outro fator que influencia os preços é a trajetória de aumento de estoques nos EUA.
  • Apesar da recuperação nas cotações, a expectativa é que o mercado de petróleo continue volátil
  • “Ainda há muitas preocupações envolvendo um escalonamento do conflito entre Estados Unidos e China”, explica a analista da StoneX, Isabela Garcia. 
  • A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, lembrou que todos os projetos da companhia são de longo prazo e são resilientes ao preço de até US$ 28 o barril.
  • O cenário também está gerando uma pressão para que a estatal reduza preços de combustíveis. Mas a presidente da estatal, Magda Chambriard, já indicou que não deve fazer alterações enquanto o cenário for de turbulência

Efeitos colaterais

O novo contexto de preço do barril de petróleo  pode criar uma oportunidade para negociar aspectos que dificultam o comércio de gás natural entre Brasil e Argentina e, assim, dar condições mais vantajosas para a importação nos próximos anos, concluíram agentes envolvidos nas conversas em ambos os lados da fronteira.

  • Empresas que atuam na produção de gás natural no país vizinho e na comercialização no Brasil entendem que os custos de transporte internos na Argentina podem ser revistos, assim como o preço mínimo de venda estipulado pelo governo argentino e os impostos. 

Fonte: Eixos