Etanol vive possibilidade de excesso de oferta ou de demanda, diz Mário Campos Filho

Foto: Agência Brasil

O equilíbrio entre oferta e demanda de etanol, considerando a exploração de novos mercados e os anúncios de novas unidades e ampliações, foi um dos temas trazidos pelo presidente executivo da Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (Siamig Bioenergia) durante a abertura da Conferência NovaCana 2025, nesta segunda-feira, 15.

De acordo com ele, os novos projetos – que envolvem especialmente uma ampliação da produção de etanol de grãos – devem estimular o consumo interno, levando o combustível renovável para mais locais dentro do país.

“Tenho uma preocupação com a sobreoferta”, afirma, mas acrescenta: “Nesses mais de 20 anos defendendo o setor, aprendi que o maior problema é não ter mercado. O etanol tem mercado”.

Campos Filho, que também preside a Bioenergia Brasil, observa que as companhias estão respondendo às perspectivas trazidas pelos mercados de biometano, combustível sustentável de aviação (SAF) e biobunker, utilizado para navegação. “Temos que colocar o Brasil como um hub para exportação de SAF”, defende.

Além disso, ele cita demandas externas para veículos leves, com diversos países implementando mandatos de mistura de biocombustíveis. “Se a ‘super demanda’ não vier rápido, nós vamos precisar concorrer com os americanos na exportação de etanol; e estamos atrasados nessa disputa”, alerta. Conforme o executivo, os Estados Unidos fizeram um esforço considerável para abrir mercados externos e criar parcerias.

Neste mesmo caminho, o diretor de inteligência setorial da União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica), Luciano Rodrigues, complementa: “Nós estamos falando de uma maior oferta, mas também vamos ter mais competidores. Há uma perspectiva positiva, mas o setor precisa continuar sendo eficiente”.

Por Renata Bossle

Fonte: NovaCana