
O presidente da DATAGRO, Plinio Nastari, afirmou que o avanço do etanol de milho no Brasil não representa uma ameaça aos produtores de etanol de cana-de-açúcar. A declaração ocorreu durante o 34º Seminário Internacional da Organização Internacional do Açúcar (ISO), que acontece nesta terça (2) e quarta-feira (3) em Londres.
Segundo Nastari, a demanda crescente por etanol no Brasil — especialmente no setor automotivo e em novas aplicações logísticas — cria espaço suficiente para que as duas rotas de produção cresçam simultaneamente.
“Representa cerca de 27% da frota. No passado, tínhamos 42%, então há espaço, e não apenas para o transporte terrestre. Acreditamos que muito em breve começaremos a ver o etanol sendo usado no transporte marítimo”, afirmou.
Ele destacou ainda que a tendência é de maior integração entre cana e milho nas usinas brasileiras. Isso porque as plantas dedicadas ao etanol de milho precisam adquirir biomassa para geração de energia, cujos custos estão em alta. Já as usinas de cana podem usar o bagaço como fonte energética para processar o milho, aumentando eficiência e reduzindo custos.
Vale lembrar que, este ano, o governo federal ampliou a mistura obrigatória de biodiesel no diesel de 14% para 15% (B15) e autorizou o aumento potencial do etanol anidro na gasolina de 27% para 30% (E30), medidas que ampliam o consumo de etanol.
Projeções da DATAGRO
A previsão da consultoria para a safra 2025/26 aponta que as usinas do Centro-Sul devem processar 607,3 milhões de toneladas de cana, resultando na produção de 33,5 bilhões de litros de etanol. O etanol de milho, em fase acelerada de expansão, deve alcançar 9,78 bilhões de litros nesta temporada, com expectativa de empatar com o etanol de cana em cerca de dez anos.
Atualmente, o Brasil possui 28 usinas dedicadas ao etanol de milho, com capacidade somada de 12,32 bilhões de litros por ano, além de 17 unidades em construção e 18 projetos em desenvolvimento.
Fonte: Cana Online