Entidades reagem a processo antidumping da CSN

A Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) lidera um grupo de organizações e entregou manifesto ao presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, mostrando posicionamento contrário ao processo “antidumping” movido pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O processo, contra o setor de embalagens de aço, tem como objetivo elevar as alíquotas de importação de folhas metálicas, matéria-prima das latas de alimentos e tintas, o que resultaria em elevação de preços de itens da cesta básica como sardinha, atum e leite em pó, além de tintas e vernizes.

Além da Abeaço, assinaram inicialmente o manifesto a presidência da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), Prefeitura de Cajamar, Prefeitura de Abreu e Lima, Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE PE),  Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Gráfica, da Comunicação Gráfica e dos Serviços do Estado de Pernambuco (Sindgraf PE), presidência Estadual do Movimento Democrático Brasileiro (MDB-PE) e Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco (SIMMEPE PE). Também se posicionam a favor do manifesto a Senadora Maria Teresa Leitão de Melo (PE) e a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes (PE).

O documento entregue declara a oposição das entidades às iniciativas que podem elevar os preços das embalagens de aço. “As consequências do ato desestruturarão as economias locais, gerando desemprego e a retração econômica nas regiões. Entramos em defesa do setor e da cadeia regional de fabricantes de embalagens de aço, que garante cerca de 25 mil empregos diretos e 100 mil empregos indiretos em todo o Brasil”, explica Thais Fagury, presidente da Abeaço.

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (GECEX /CAMEX) deliberou no início de 2024 que as folhas metálicas utilizadas para embalagens de alimentos e produtos para a construção civil não sofreriam alteração nas alíquotas de importação. A Abeaço havia reforçado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) que uma postura contrária teria impactos sobre os preços de alimentos, entre eles alguns que fazem parte da cesta básica, como sardinha, vegetais (milho, ervilha, seleta de legumes, entre outros) e leite em pó; além de outros materiais da construção civil tradicionalmente embalados em latas de aço. “Dados comprovam que a única beneficiada com a elevação da tarifa de importação sobre as folhas metálicas de aço seria a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que exerce monopólio nacional desta matéria-prima utilizada em embalagens”, complementa Thais.

Fonte: Brasil Mineral