A indústria automotiva global enfrenta pressão crescente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, colocando a mudança climática no centro das decisões do setor. Em 2025, as estratégias focarão na transição para uma mobilidade sustentável, equilibrando inovação e economia. O modelo de motores a combustão interna, ainda predominante, enfrenta desafios em eficiência e impacto ambiental, exigindo uma revolução tecnológica que permita reduzir a pegada de carbono sem comprometer a funcionalidade dos veículos. Esta é a opinião de José Arnaldo Laguna, Everton Lopes e Gilles Laurent Grimberg, membro do Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB), diretor da MAHLE América do Sul e CEO da Actioil América Latina, respectivamente.
Motores elétricos surgem como uma solução eficiente, mas a infraestrutura de recarga e os impactos ambientais da produção de baterias precisam ser superados. Motores híbridos, que combinam eletricidade e combustíveis fósseis, oferecem flexibilidade e eficiência, sendo particularmente relevantes no transporte pesado, onde biocombustíveis como biodiesel e biometano estão sendo integrados com sucesso.
O Brasil, líder na produção de biocombustíveis, pode aproveitar essas tecnologias para descarbonizar frotas existentes. A adaptação de motores a diesel para biodiesel ou HVO é uma solução prática e acessível, enquanto o hidrogênio, apesar de desafios de infraestrutura e custo, é promissor para o transporte pesado, especialmente com o desenvolvimento do hidrogênio verde.
Para uma transição energética eficaz, políticas públicas devem apoiar tecnologias sustentáveis e investimentos. A neutralidade tecnológica é crucial para permitir a escolha entre diferentes soluções. O setor privado está cada vez mais comprometido com essa transição, e com a aprovação da Lei 14.993, o Brasil se destaca globalmente na descarbonização da mobilidade, adotando uma combinação de tecnologias adaptadas às necessidades locais e incentivando a inovação em biocombustíveis, hidrogênio e eletrificação. Uma agenda regulatória eficaz será fundamental para transformar essa visão em realidade.
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