
Como em um efeito dominó, o mercado de aço e alumínio pode influenciar no mercado de açúcar brasileiro. Ele e uma série de outros fatores.
Na última terça-feira, 17, a coordenadora de inteligência de mercado da Hedgepoint Global Markets, Lívea Coda, analisou os principais fundamentos que influenciam o mercado da commodity. Ela participou de um encontro mensal realizado pela consultoria com clientes e imprensa.
Segundo Coda, os Estados Unidos seguem como uma forte fonte de incertezas para o mercado global, com as tarifas do governo Trump sendo intensificadas no mês de junho. No último dia 4, os EUA decretaram um aumento para 50% da tarifa de importação sobre aço e alumínio de todos os países, exceto o Reino Unido.
A coordenadora explica que o incremento da taxação para esses dois produtos exerceu uma pressão de baixa no dólar, que perdeu força; em contrapartida, algumas outras moedas têm se valorizado. Coda aponta que essa recente fraqueza gera dúvidas no mercado em relação à saúde da economia norte-americana e tem levado a uma valorização do real.
“Isso impacta o açúcar, pois um real mais valioso (ele saiu de R$ 6,20 no final do ano de 2024, para em torno de R$ 5,50 atualmente) gera um impacto na receita do exportador brasileiro”, declara e segue: “Recebe-se menos pelo açúcar porque a cotação da commodity é em dólar. Isso faz com que o produtor brasileiro fique um pouco mais relutante em fixar as últimas porções que ele ainda tenha dessa safra, esperando por preços melhores”.
Em uma estimativa sobre o custo da produção brasileira, ela observa que o valor estava próximo de 14,50 centavos de dólar por libra-peso no final do ano de 2024, considerando a moeda nacional desvalorizada. Com a atual situação do real, esse dispêndio aumentou para cerca de 16,30 centavos de dólar por libra-peso. “Pode ser um fator de suporte para o mercado de açúcar, pelo menos no curto e no médio prazos”, declara Coda. A versão completa desta reportagem está disponível para os assinantes do NovaCana.
Fonte: NovaCana