
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensifica a pressão sobre países que compram petróleo da Rússia, visando encerrar o conflito na Ucrânia. Em um movimento recente, anunciou uma tarifa adicional de 25% para a Índia, totalizando 50%, acusando-a de sustentar a “máquina de guerra” russa, conforme descreve a reportagem da Bloomberg Línea. O Brasil, que já enfrenta tensão com tarifas impostas pelos EUA, pode ser o próximo alvo, arriscando sanções secundárias derivadas da importação de diesel russo.
No primeiro semestre de 2025, o Brasil importou 7,9 milhões de m³ de diesel russo, representando 61% do total importado, conforme a ANP. Este volume supera o fornecimento dos Estados Unidos (24%) e outros países. A dependência do diesel russo se deve aos preços competitivos, embora o Brasil seja autossuficiente em petróleo bruto. As refinarias brasileiras, no entanto, são adaptadas a diferentes tipos de óleo, reforçando a necessidade de importação estratégica.
Com mais de 60% do transporte de diesel no Brasil ocorrendo por rodovias e 20% do consumo interno vindo de importações, potenciais sanções podem elevar preços. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) destaca que substituir o diesel russo não será simples, pois o suprimento dos EUA está voltado ao mercado europeu. Alternativas incluem o Golfo do México e países do Oriente Médio.
As sanções podem obrigar o Brasil a diversificar suas importações, enfrentando desafios logísticos e econômicos. O impacto nos preços pode ser inevitável, refletindo-se nos postos de combustível, alertam especialistas.
Íntegra da matéria: Bloomberg Línea