A cotação do mercado futuro do petróleo em âmbito mundial tem sofrido altas recorrentes e já supera parâmetros de outubro do ano passado, com a commodity passando de US$ 90. No ano, os preços acumulam alta de 19%.
Os motivos são vários, mas entre os principais, estão os conflitos no Oriente Médio e Europa, os estoques no Hemisfério Norte ante a chegada do verão e férias, que podem demandar maior consumo. Por último, há uma expectativa de aumento da atividade econômica nos EUA.
Na opinião do jornalista e comentarista de economia do Estadão, Celso Ming, o atraso nos ajustes internos dos preços por parte da Petrobras trará consequências. Desde o início do governo Lula, que revogou a política anterior de seguir em reais as cotações internacionais, os critérios de fixação dos preços internos são um mistério. A única certeza é de que são carregados de subjetividade e correspondem a decisões políticas do governo Lula – e não técnicas.
A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) aponta que os preços da gasolina nas refinarias controladas pela Petrobras estão, em média, 19% abaixo da paridade internacional e os do diesel, 12%. Já a Petrobras não divulga esses dados. As distorções produzidas por esses atrasos podem trazer a redução das encomendas pelos importadores, sendo que essa incumbência passa a ser da Petrobras; e acúmulo de redução de receita bruta da ordem de R$ 9,4 bilhões entre maio de 2023 e março deste ano, depois que a Petrobras abandonou a Política de Paridade de Importação, como avaliou estudo da associação de refinarias privadas (Refina Brasil).
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