
De acordo com o relatório Agro Mensal da Consultoria Agro do Itaú BBA, os preços do etanol subiram 3,8% em agosto, alcançando R$ 2,86/L sem impostos em Paulínia-SP. O movimento é impulsionado pela maior demanda por etanol anidro, que passou de 27% para 30% de teor na mistura com a gasolina a partir de 1º de agosto, além da manutenção das vendas de etanol hidratado.
A tendência de redução na oferta de etanol pelas usinas de cana-de-açúcar nos próximos meses projeta um cenário de alta nos preços dos biocombustíveis.
Produção de etanol de milho deve crescer nos próximos anos
O relatório do Itaú BBA atualizou as projeções para a safra 2025/26, estimando a produção de etanol de milho em 10 bilhões de litros, crescimento anual de 22%. Para a safra 2026/27, a produção deve chegar a 12,1 bilhões de litros, avanço de 21% sobre o ano anterior, enquanto a safra 2027/28 projeta 14 bilhões de litros.
Essas estimativas consideram os projetos de expansão já anunciados e as datas previstas para o início de operação das novas plantas. A expectativa é que a oferta de etanol de milho e de cana cresça 14,3% na safra 2026/27, totalizando 36,7 bilhões de litros, um recorde histórico.
Safra 2025-2026 deve ter oferta total menor
Para 2025-2026, a previsão indica redução da oferta total em relação à safra anterior. Enquanto o etanol de milho terá crescimento de 17%, atingindo 9,6 bilhões de litros, a produção de etanol de cana deve recuar 16%, somando 22,6 bilhões de litros. O total de etanol produzido deve cair 8%, para 32,1 bilhões de litros.
O relatório destaca que a maior utilização de etanol anidro na mistura com a gasolina deve restringir ainda mais a disponibilidade de etanol hidratado, pressionando a paridade do etanol frente à gasolina nos postos.
Paridade do etanol hidratado deve superar R$ 3,00/L
Segundo a análise do Itaú BBA, a paridade do etanol hidratado em relação à gasolina no estado de São Paulo deve subir para 69% na safra 2025/26, acima dos 66% registrados em 2024/25. Com isso, os preços nas bombas de Paulínia-SP devem superar R$ 3,00/L no final de 2025 e no primeiro trimestre de 2026.
O cenário evidencia a pressão sobre os preços e reforça a importância do monitoramento da oferta e demanda para a definição das cotações do etanol no mercado brasileiro.
Fonte: Portal do Agronegócio