
Em meio a uma escalada sem precedentes de sanções econômicas entre Brasil e Estados Unidos (EUA), o presidente Lula tem redirecionado parte de sua agenda diplomática para a busca de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.
Para o governo brasileiro, a iniciativa vai além de um gesto de solidariedade: ela representa uma estratégia de defesa contra a possibilidade do Congresso norte americano aprovar, em setembro, uma restrição que penalizaria países que mantêm relações comerciais com Moscou—especialmente o agronegócio brasileiro, que depende em grande parte, de fertilizantes russos.
Na reportagem do Globo Rural, o Itamaraty recebeu sinalizações de que a proposta de sanção, que conta com o apoio de legisladores do Partido Republicano e do Partido Democrata, poderia limitar o acesso do Brasil a esses insumos críticos. A ameaça de sanções teria impactos profundos, pois o agronegócio é o principal motor da economia nacional e a falta de fertilizantes russos pode comprometer a produtividade de culturas como soja e milho.
Para mitigar esse risco, Lula intensificou a participação em diálogos que visam encerrar o conflito ucraniano. Em 9 e 18 de agosto, o presidente conversou com Vladimir Putin, reforçando a posição do Brasil como membro do Grupo de Amigos da Paz—iniciativa que reúne também a China.
Enquanto o debate interno nos EUA avança, o Brasil tenta se posicionar como mediador na disputa, na esperança de que um cessar fogo entre Moscou e Kyiv fortaleça sua posição internacional e reduza o risco de sanções que possam afligir o setor agrícola brasileiro.
Íntegra da matéria: Globo Rural