
Dois meses depois do aumento da mistura de etanol anidro à gasolina para 30% (E30), a competitividade do hidratado apresentou uma leve queda, ficando próxima do limite em que o biocombustível é considerado vantajoso. Com isso, a gasolina registrou uma ampliação em sua participação de mercado.
O etanol representou 22,2% do volume abastecido com combustíveis do ciclo Otto em setembro, uma retração em comparação com a participação de 22,8% registrada no mês anterior. Assim, os motoristas adquiriram 1,67 bilhão de litros do biocombustível, queda de 1,4% em relação a agosto e de 4,5% ante o mesmo período do ano anterior.
As informações sobre o andamento do mercado de combustíveis foram divulgadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na última sexta-feira, 31.
A StoneX projeta que a demanda por combustíveis do ciclo Otto deve alcançar 60,8 milhões de litros em 2025, o que representaria um recorde na série histórica. O principal destaque viria da gasolina, com uma alta anual prevista em 4,4%, enquanto o etanol deve registrar uma queda de 4,8%.
Em setembro, o consumo de gasolina totalizou 3,94 bilhões de litros, com incrementos de 1,9% frente ao mês anterior e de 8% na comparação anual. Em gasolina equivalente, a demanda por combustíveis do ciclo Otto somou 5,06 bilhões de litros, com acréscimos de 1,2% ante agosto e de 3,6% em relação a um ano antes.
No acumulado do ano, o consumo total (também em gasolina equivalente) foi de 44,96 bilhões de litros, com alta anual de 2,2%. Para o etanol hidratado, entretanto, houve uma queda de 2,3%, para 15,66 bilhões de litros. Já a gasolina teve uma elevação de 4,2%, indo a 34 bilhões de litros.
São Paulo
Em São Paulo, maior estado produtor e consumidor do biocombustível, a demanda por etanol também registrou quedas. Em setembro, os motoristas adquiriam 808,49 milhões de litros, retração de 7% em relação ao mesmo mês de 2024. Na comparação com agosto, a baixa foi de 3,6%.
No caso da gasolina, o consumo subiu 2,8% ante agosto e 13% frente a setembro de 2024, atingindo 847,01 milhões de litros.
No período, a demanda por combustíveis do ciclo Otto passou por um acréscimo de 1,9% na comparação anual e de 0,2% na mensal, para 1,39 bilhão de litros. Com isso, a participação de mercado do etanol apresentou uma nova queda, para 39,1%. É a primeira vez, desde setembro de 2023, que a parcela de consumo do renovável fica abaixo de 40% no estado paulista.
No acumulado do ano, o consumo de biocombustível no estado totalizou 7,61 bilhões de litros, o que representa uma baixa de 0,6% ante os 7,66 bilhões de litros vistos um ano antes. Já a gasolina passou por um aumento de 3,5% no mesmo comparativo, indo a 7,15 bilhões de litros.
Fonte: Nova Cana