Produção de etanol avança com milho, mas segue atrelada ao consumo nacional

AGFEED – O futuro do etanol brasileiro deve ser marcado por forte crescimento da produção a partir do milho e pela abertura de novas frentes de mercado. A projeção foi consenso entre especialistas e executivos que participaram, nesta quarta-feira (14/03), do painel Expansão global do etanol, na Fenasucro & Agrocana. A reportagem é do site AgFeed.

Entre 2030 e 2035, a oferta nacional de etanol poderá saltar dos atuais 24 bilhões para 30 bilhões de litros, segundo a SCA Brasil. O incremento virá majoritariamente do milho e de regiões não tradicionais, como Sul, Bahia e Maranhão. Já a produção de cana, estagnada, tende a buscar valor agregado com combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) e uso marítimo.

O presidente da SCA, Martinho Ono, destacou que a reforma tributária, ao uniformizar as alíquotas do etanol hidratado até 2032, deve impulsionar a demanda em áreas de menor consumo. Para o CEO da Evolua Etanol, Pedro Paranhos, o mercado interno continuará crescendo, com previsão de alta de 5 bilhões de litros na próxima década, enquanto a demanda global para SAF e biocombustível marítimo poderá alcançar 11 bilhões de litros adicionais.

A FS Fueling Sustainability aposta na expansão para regiões emergentes, ampliando a competitividade do etanol brasileiro. No setor automotivo, a Toyota vê no combustível a base para consolidar a tecnologia de híbridos flex, já com mais de 100 mil unidades produzidas no país.

Para Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE, o milho e o mercado doméstico serão determinantes, mas é preciso maior integração com a indústria de petróleo. Ele também criticou o tarifaço de 50% imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros, classificando a medida como “inaceitável” e defendendo uma saída diplomática para proteger a cota de açúcar nordestino no mercado norte-americano.

Foto: CEO da SCA Brasil, Martinho Ono, marcou presença no painel que reuniu lideranças
da indústria de biocombustíveis – Crédito: Sérgio Ferreira/SCA Brasil

Íntegra da matéria: AgFeed