O Ministério da Agricultura e Pecuária aproveitou a AgriZone da COP30 para apresentar novos avanços do Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas (CEFENP), iniciativa criada para ampliar a autonomia tecnológica do país e impulsionar modelos agrícolas de menor impacto ambiental.
Durante um painel sobre descarbonização e economia circular, o assessor da Secretaria-Executiva do Mapa, José Carlos Polidoro, afirmou que o CEFENP se tornou a maior rede já estruturada no país para enfrentar desafios históricos da agricultura, especialmente a forte dependência de fertilizantes importados, que supera 80%. Segundo ele, o centro busca desenvolver soluções adaptadas às condições tropicais, capazes de reduzir perdas de nutrientes e melhorar o desempenho das lavouras.
Polidoro chamou atenção para a desigualdade no acesso a insumos: mais da metade dos agricultores familiares não utiliza fertilizantes, o que compromete produtividade e renda e afeta a segurança alimentar. Para o assessor, ampliar o alcance de tecnologias adequadas é crucial tanto para o setor quanto para o cumprimento das metas climáticas.
A proposta do CEFENP inclui a instalação de hubs em áreas estratégicas do país, entre elas regiões do Norte com potencial para produção de potássio. A rede deverá acelerar o desenvolvimento de novas soluções e fortalecer a interação entre produtores, empresas e instituições de pesquisa, apoiada pela já ativa Rede FertBrasil.
Entre as iniciativas em andamento está a criação de uma plataforma digital que reunirá estudos, serviços e dados técnicos, funcionando como um ambiente integrado para apoiar decisões e disseminar práticas sustentáveis. Polidoro destacou ainda que o crescimento mundial do mercado de bioinsumos e de tecnologias circulares abre espaço para que o Brasil avance em competitividade — movimento no qual o CEFENP, afirmou, tende a desempenhar papel central.
Fonte: Agro 2
