Por Simoni Leitempergher
Um aporte financeiro de R$ 729,7 milhões foi concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à Be8, a principal empresa do país no ramo de biodiesel. Esse financiamento visa à construção de uma fábrica de etanol e farelo em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, por meio do processamento de cereais como trigo, triticale e milho, entre outros. Do montante total, R$ 500 milhões são provenientes do Programa BNDES Mais Inovação.
A nova usina será versátil, capaz de produzir etanol anidro, utilizado como aditivo na gasolina, ou hidratado para consumo direto. Com uma capacidade de produção de 209 milhões de litros por ano, a fábrica corresponde a 20% da demanda do Rio Grande do Sul, que atualmente importa o produto de outros estados. O empreendimento processará 525 mil toneladas de cereais anualmente para a produção de etanol e farelo.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, destacou o papel fundamental do Brasil na transição energética, especialmente no setor de biocombustíveis. Ele observou que o BNDES tem contribuído significativamente para a inovação industrial, visando torná-la mais sustentável e ambientalmente amigável.
BNDES
José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, avaliou que o projeto incorpora diversos elementos da nova política industrial do presidente Lula, incluindo a produção nacional de biocombustíveis, a utilização de novas matérias-primas e a redução da emissão de poluentes. O projeto também envolve o reaproveitamento de resíduos e a eliminação do lançamento de efluentes líquidos.
Erasmo Carlos Batistella, presidente da Be8, enfatizou a importância do financiamento do Programa BNDES Mais Inovação, reconhecendo-o como um respaldo para um investimento inovador e ousado. Ele ressaltou que a iniciativa não só aumentará a oferta de farelo para as cadeias produtivas de proteínas animais, mas também impulsionará investimentos em tecnologia genética para a produção de trigo específico para matéria-prima de etanol.
O projeto prevê a criação de aproximadamente 220 empregos diretos na fase operacional, após a conclusão da obra, e cerca de 700 empregos durante a implantação do programa, priorizando a contratação de mão de obra local e fornecendo treinamento especializado para a manutenção e operação da unidade.
Além disso, a fábrica contará com autoprodução de energia elétrica por meio de cogeração a partir de biomassa, com o excedente de energia sendo disponibilizado na rede de distribuição do município. O projeto também prevê o aproveitamento dos efluentes líquidos para a produção de vapor no processo fabril, eliminando assim qualquer lançamento prejudicial ao meio ambiente.
Fonte: Portal Capitalist