
Por Isadora Camargo
A brasileira Biotrop, que lidera em patentes verdes em vigor no país, está prestes a lançar um herbicida biológico no mercado nacional. A companhia espera que o produto já esteja disponível para a safra de verão 2025-2026.
A Biotrop solicitou a análise da patente do bio-herbicida simultaneamente ao pedido de aprovação regulatória do Ministério da Agricultura, do Ibama e da Anvisa. A estratégia exigiu coordenação das equipes de pesquisa, contou Douglas Gomes, diretor de pesquisa e inovação da Biotrop, ao Valor.
O bioherbicida foi feito com extratos vegetais e metabólitos microbianos. Se aprovada, será sua sexta patente verde no país. Suas cinco patentes verdes já fizeram com que a Biotrop fosse listada como a organização privada com o maior número de patentes verdes vigentes mo ranking Radar Tecnológico do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
A companhia pretende manter seu nível de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em novos produtos em torno de 20% do faturamento, mas a fatia pode aumentar se os rendimentos crescerem até o fim do ano, diz Gomes. No ano passado, a Biotrop faturou R$ 762 milhões, e destinou R$ 152,4 milhões para P&D — área que inclui as patentes verdes.
“No ano passado, 25% da composição do faturamento veio de bioinsumos lançados nos últimos 24 meses. Ou seja, a empresa ganhou com novas tecnologias inseridas no mercado, por isso vai continuar investindo”, afirmou.
As “patentes verdes” são a aposta da empresa para elevar a receita e sua participação nos mercados brasileiro, argentino e americano – locais onde possui operações. Diferentemente das patentes convencionais, que demoram mais para serem analisadas, as patentes verdes são analisadas em até nove meses, e conferem exclusividade de 20 anos. Nesse período, a Biotrop pode conceder licenças para que outras empresas utilizem a pesquisa — o que, por ora, não está nos planos da companhia.
Além das cinco patentes já aprovadas, a empresa possui outros cinco pedidos em trâmite no Ministério da Agricultura. “A última patente foi aprovada há dois meses e diz respeito a um bioinsumo composto de metabólitos microbianos para o controle de insetos sugadores, principalmente na cultura da soja”, explica. A patente fará parte de uma nova versão de produto, que reduz a carga de químicos nas lavouras do grão.
Fonte: Globo Rural