
Foto: Mathilde Missioneiro – 27. nov. 2020/Folhapress
Em 2024, até 24% do diesel em caminhões brasileiros sofreu adulteração, destacando um problema crítico no mercado de combustíveis que afeta a economia, ambiente e segurança veicular. Conforme reportagem da Folha de S.Paulo, o Instituto Combustíveis Legal (ICL) fez o alerta a partir de dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo a pesquisa, Alagoas (AL) e Mato Grosso do Sul (MS) lideram o ranking de adulterações, enquanto a gasolina é majoritariamente adulterada em Alagoas (AL) e Paraíba (PB).
A prática envolve adição ilegal de etanol ou metanol à gasolina e redução de biodiesel no diesel, visando lucro ilegal. O crime organizado explora essa adulteração em 941 postos em 22 estados, evidenciando a infiltração de facções como PCC, Comando Vermelho e Família do Norte. Milícias também atuariam no setor.
Autoridades investigam e buscam medidas para coibir fraudes, incluindo cruzamento de dados de combustíveis e apoio a propostas legislativas que ampliem a transparência. Com receita ilícita de R$ 61,5 bilhões, o crime organizado no setor supera o lucro estimado com o tráfico de cocaína, por exemplo, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A ‘Operação Boyle’ deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, em parceria com a Polícia Federal, expôs a corrupção e lavagem de dinheiro por facções no mercado de combustíveis, reforçando a necessidade de ações coordenadas para combater essa ameaça crescente.
Íntegra da matéria: Folha de S.Paulo (para assinantes)