A reportagem sobre o tema é do Estadão/Broadcast e traz dados compilados do Programa de Monitoramento da Qualidade de Combustíveis (PMQC) da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Uma a cada quatro amostras de diesel recolhidas em postos e testadas pela ANP não tinham o porcentual obrigatório de biodiesel. No estado de Alagoas, a incidência desse tipo de fraude chega a 24%. Na Bahia, Estado com a segunda maior prevalência desse tipo de fraude no ano, esse valor chega a 15,7%.
O combustível tem sido fornecido sem a adição obrigatória do biocombustível a postos de abastecimento ou aos chamados transportadores revendedores-retalhistas (TRR), que abastecem grandes consumidores como indústrias e hospitais, o que preocupa executivos de grandes e médias distribuidoras do Brasil.
A prática tem aumento significativo também nos estados do Rio Grande do Norte (10,4%), Paraíba (9,3%) e Amapá, na região Norte, que chegou a 15,3% de inconformidades relacionadas ao teor de biodiesel.
Procurado pelo Estadão/Broadcast, Fernando Moura, diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que responde pelo monitoramento do mercado, reconheceu as fraudes no teor de biodiesel na mistura do diesel como um problema estrutural do setor, mas informou que os técnicos da agência ainda não detectaram aumento anormal das infrações desse tipo.
Moura observa, porém, que os dados consolidados de abril só serão conhecidos em maio, o que limita uma observação imediata de qualquer anomalia. Além disso, como março foi um mês de transição do mandato do biodiesel, de 12% para 14%, há um período de ajustes no varejo em que é normal algum aumento no número de inconformidades.
Íntegra da matéria: Estadão (para assinantes)