
Os preços do açúcar encerraram esta quarta-feira (15) em baixa nas bolsas internacionais, devolvendo os ganhos obtidos na última sessão. O mercado segue pressionado pela expectativa de um superávit global na temporada 2025/26, diante de boas perspectivas de produção em importantes países produtores.
Em Nova Iorque, o contrato março/26 recuou 19 pontos, cotado a 15,69 cents/lbp (-1,20%). O maio/26 caiu 20 pontos, para 15,17 cents/lbp (-1,30%), o julho/26 perdeu 20 pontos, negociado a 15,01 cents/lbp (-1,30%), e o outubro/26 fechou a 15,20 cents/lbp, em queda de 21 pontos (-1,36%).
Na Bolsa de Londres, as baixas foram ainda mais acentuadas. O dezembro/25 teve expressiva desvalorização de US$ 10,70, negociado a US$ 440,10 por tonelada (-2,38%). O março/26 caiu US$ 6,10, para US$ 438,70 por tonelada (-1,37%), o maio/26 recuou US$ 4,80, cotado a US$ 437,30 por tonelada (-1,09%), e o agosto/26 encerrou a US$ 435,40 por tonelada (-0,93%).
De acordo com informações da Reuters, a corretora europeia Sucden Financial destacou em nota que “a estrutura técnica aponta para uma fraqueza sustentada no curto prazo”. O movimento reflete um cenário de fundamentos ainda confortáveis, com as projeções de produção global se mantendo positivas.
Um relatório do Itaú BBA, divulgado na terça-feira (14), reforçou que as safras na Índia e na Tailândia começaram com boas perspectivas, assim como nos países da América Central, favorecidas por um regime mais chuvoso. Esse contexto contribui para uma expectativa de maior disponibilidade de açúcar no mercado mundial.
O banco também destacou que o prêmio do açúcar em relação ao etanol segue servindo como suporte importante para os preços. “Desde junho, o açúcar tem se mantido entre 15 e 17 cents/lbp. Quando o preço se aproxima do limite inferior desse intervalo, a produção de etanol se torna mais vantajosa para os produtores brasileiros do que o açúcar”, afirmou a instituição.
O Itaú BBA ressaltou ainda que o prêmio, que chegou a -1,00 cent/lbp em setembro, voltou a ficar positivo — reflexo de um mercado global próximo ao equilíbrio. “Quanto mais negativo o prêmio do açúcar, maior a migração para a produção de etanol. Assim, qualquer surpresa na oferta do Hemisfério Norte pode impactar esse prêmio na próxima safra, para cima ou para baixo”, avaliou o banco.
Em relação ao etanol, o relatório apontou que a restrição de oferta de etanol de cana na safra 2025/26 deve continuar, com expectativa de menor disponibilidade de matéria-prima e de um mix mais açucareiro. Mesmo com o aumento da produção de etanol de milho, o volume não deve compensar a menor oferta do etanol de cana.
Dessa forma, o cenário indica menor competitividade do etanol nos postos em comparação à gasolina, o que tende a elevar a paridade de preços nas bombas. O Itaú BBA observou ainda que, apesar da perspectiva de preços melhores para o etanol, muitos produtores têm acelerado as vendas, temendo um reajuste da gasolina. Caso esse reajuste não ocorra nos próximos meses, há espaço para valorização do etanol durante a entressafra.
Fonte: Notícias Agrícolas