Açúcar sobe em NY após dados ruins sobre safra no Brasil

Foto: Ivan Bueno/APPA

Por Paulo Santos

Os preços do açúcar subiram de maneira consistente na bolsa de Nova York, diante de prognósticos negativos para a safra brasileira em 2024/25, e também pela possibilidade de aumento da demanda dos EUA. Os contratos do demerara fecharam em alta de 2% na sessão desta terça-feira (26/3), negociados a 22,39 centavos de dólar por libra-peso.

Como o mercado já trabalha há tempos com a chance de uma safra menor no Brasil, Maurício Murici, analista da Safras & Mercado, diz que o principal vetor de alta para o açúcar está nas indicações de que os EUA podem aumentar a importação da commodity.

“A grande novidade para o mercado é que a Coalizão Americana do Açúcar está pressionando o governo local para reduzir as importações do produto do México, abrindo assim espaço para a importação de outras origens. A leitura que os agentes fazem sobre essa notícia, é que a demanda mundial pode crescer, já que as trocas entre os países acontecem por quotas”, observa.

Apesar do pedido da entidade, o analista diz que o governo americano ainda não se posicionou sobre o assunto. Com uma demanda anual que gira entre 11,3 milhões de toneladas a 11,5 milhões, os EUA importam, por ano, entre 2,8 milhões de toneladas a 3,3 milhões de açúcar de todas as origens.

Outro fator que já entrou no radar do mercado, é a menor oferta de cana-de-açúcar no Brasil. Segundo estimativas da Safras & Mercado, a moagem deverá atingir 610 milhões de toneladas na temporada 2024/25, que se inicia em abril. O número seria menor que as 650 milhões previstas para a atual temporada, mas ficaria abaixo das 670 milhões de toneladas esperadas inicialmente.

“Os investidores vêm assimilando as projeções de queda na produção no Brasil há 30 dias. Apesar disso, a alta nos preços em Nova York não é tão grande, já que a produção de açúcar brasileira deve continuar firme”, projeta Muruci.

Nos cálculos da Safras & Mercado, a oferta de açúcar do Brasil deverá seguir estável no ciclo 2024/25 na comparação com a temporada anterior, podendo atingir 42 milhões de toneladas.

Fonte: Globo Rural