Por Paulo Santos
O preço do açúcar subiu de maneira expressiva na bolsa de Nova York nesta segunda-feira (20/5), mas a tendência para a commodity ainda é de desvalorização. Os contratos com entrega para julho avançaram 3,03%, negociados a18,68 centavos de dólar por libra-peso.
“Basicamente, o açúcar se apoiou em um movimento de compras de oportunidade dos especuladores. Os preços registraram fortes baixas nos últimos 15 dias, e isso provocou esse reposicionamento para que em breve os investidores possam embolsar lucros novamente”, afirma Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado.
Mesmo em meio a uma alta expressiva, no curto prazo, os fundamentos de mercado relacionados com a oferta devem manter o açúcar dentro de um canal de baixa, aponta o analista.
“Mesmo com uma safra de cana menor, a produção de açúcar do Brasil deve seguir firme. Isso porque, desde o final de abril até o final de julho, o clima deverá beneficiar a moagem de cana, logo, a oferta de açúcar pode crescer rapidamente”, projeta Muruci.
Em outro grande player mundial de açúcar, na Ásia, a produção se recuperou neste ciclo 2023/24 e os prognósticos também são positivos para a temporada seguinte, que se inicia em outubro. De acordo com o analista de Safras, a incidência do La Niña no segundo semestre deve favorecer o regime de chuvas e beneficiar os canaviais da região.
Dentro dessa expectativa de aumento da produção em diversas regiões, Muruci vê um superávit de 8 milhões de toneladas de açúcar para a safra 2024/25, ou 3 milhões a mais em relação ao ciclo atual. “Esse crescimento será puxado pelo desempenho do Brasil, China, Índia e Tailândia”, ressalta.
Fonte: Globo Rural