Os preços do açúcar registram uma nova queda na sessão desta quinta-feira (19). As baixas ficaram em torno de 0,4% na Bolsa de Londres, enquanto que em Nova York, para o bruto, superaram 1%. A nova variação negativa, que ocorreu pela sexta sessão seguida, foi motivada pela possibilidade da Índia voltar a exportar o adoçante e ampliar a oferta global em pelo menos 1 milhão de toneladas.
Em Nova York, o contrato março/25 recuou 0,25 cents, fechando a 19,40 cents/lbp. O maio/25 teve baixa de 0,23 cents, encerrando o dia a 18,05 cents/lbp, enquanto o julho/25 caiu 0,21 cents, negociado a 17,63 cents/lbp. O contrato outubro/25 também registrou perdas, com recuo de 0,21 cents, cotado a 17,60 cents/lbp.
Na Bolsa de Londres, os contratos acompanharam as perdas. O março/25 perdeu US$ 2,40, fechando a US$ 509,20 por tonelada, enquanto o maio/25 caiu US$ 2,90, negociado a US$ 509,80. O agosto/25 recuou US$ 3,80, encerrando a US$ 497,90 por tonelada, e o outubro/25 teve baixa de US$ 4,20, cotado a US$ 491,20 por tonelada.
Segundo informações divulgadas pelo Barchart nesta quinta-feira, o Secretário de Alimentos da Índia disse que o país pode permitir exportações de açúcar se houver um excedente após os requisitos de mistura de etanol doméstico serem atendidos. O governo indiano atualmente estima um excedente de açúcar de cerca de 1 milhão de toneladas nesta temporada, conforme informa o portal.
A Reuters também destaca uma declaração do diretor geral da Associação Indiana de Usinas de Açúcar, Deepak Ballani. Em entrevista à agência internacional, ela declarou que a Índia pode facilmente exportar até 2 milhões de toneladas do adoçante nesta temporada, já que as perspectivas de oferta doméstica melhoram e os preços locais mostram uma tendência de queda.
“A situação da oferta parece melhor do que o inicialmente esperado, e é por isso que o governo deve permitir que as usinas exportem pelo menos um milhão ou dois milhões de toneladas de açúcar”, afirmou Ballani, à Reuters. Ela ainda apontou a usinas estão lutando com preços mais baixos, mais um motivo para a produção seja direcionada ao mercado externo.
Entretanto, entre os analistas não é consenso que a Índia terá essa disponibilidade para exportação. João Baggio, Diretor Presidente G7 Agro Consultoria, falou ao Notícias Agrícolas que não acredita no excedente do adoçante da Índia, pois tem recebido no Brasil vários pedidos de pequenos produtores indianos para compra de açúcar, por conta da maior demanda no país por etanol.
A Índia, segundo maior produtor do mundo, logo atrás do Brasil, proibiu as exportações para temporada 22/23 por conta de uma seca que afetou a produção no país, medida que foi estendida por mais duas temporadas. Há também na Índia uma política de incentivo para produção de etanol, o que, para alguns analistas faz com que o país continue restringindo os embarques.
Mercado interno
Segundo o que mostra o indicador Cepea Esalq, em São Paulo o açúcar cristal branco subiu 0,21% e passou a valer R$ 161,15/saca. O açúcar cristal em Santos (FOB) perdeu 0,93% e tem valor de R$ 152,79/saca. O cristal empacotado em São Paulo vale R$ 17,0817/5kg. O refinado amorfo está cotado em R$ 3,8083/kg. O VHP permanece com preço de R$ 111,46/saca.
Em Alagoas, também com base no que mostra o indicador Cepea Esalq, o preço do açúcar está em R$ 154,68/saca. Na Paraíba, a cotação é de R$ 151,51/saca. Em Pernambuco, o adoçante vale R$ 149,33/saca.
Fonte: Notícias Agrícolas