Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o economista Marcelo Mesquita, ainda na condição de conselheiro da Petrobras, defende a privatização da multinacional como solução para as ingerências políticas que a atingem, independente do governo que aí está. No atual modelo de economia mista, a empresa é atingida por todas as “intempéries” políticas que ocorrem, de tempos em tempos.
Mesquita deve sair do conselho no final do mês, quando se encerra seu período de oito anos como conselheiro e por questões estatutárias, não poderia se candidatar a uma terceira reeleição. “Se um governo do PT faz isso, ficaria no poder 20 anos”, diz. Um modelo possível, segundo ele, seria o de “corporation”, empresa sem controle acionário definido, com atuação focada em exploração e produção de petróleo no Brasil.
No formato atual de empresa de economia mista, Mesquita identifica vários problemas. Um dos exemplos para justificar sua defesa é a formação de preços dos combustíveis, e retrocessos na governança, que vai sendo minada gradualmente: “É uma barragem que vai criando rachaduras”, compara.
O economista não quis opinar sobre uma possível permanência do atual CEO da estatal, Jean Paul Prates. Para ele, o debate sobre o comando da estatal é outro exemplo de ingerência que paralisa os negócios da companhia.
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