Por Tatiana Freitas
A cerca de um mês do início do plantio, a SLC Agrícola continua expandindo a sua área de plantio. Nesta terça-feira, a empresa anunciou um novo contrato de arrendamento no Piauí: 14.572 hectares serão anexados à fazenda Parnaguá, que tem cerca de 19,3 mil hectares.
Essa é a terceira expansão relevante anunciada pela SLC este ano, somando quase 45 mil hectares (44.554 mil hectares, para ser preciso) ao seu portfólio de terras para a safra 2024-2025 — considerando apenas o plantio na primeira safra.
Segundo fato relevante divulgado nesta manhã, a nova área no Piauí entrará em operação em 2024-2025 com a produção de soja. Futuramente, deve cultivar também algodão primeira safra. Trata-se, portanto, de uma área madura e de um solo com bom nível de fertilidade. O prazo do contrato é de 15 anos e o custo do arrendamento foi fechado a preços de mercado.
O primeiro projeto de expansão da SLC foi anunciado em abril, quando a companhia praticamente dobrou a área da Fazenda Pioneira, em Mato Grosso, com a adição de 18.700 hectares à joint venture que possui com a Agro Penido em Querência (MT).
No mês passado, a SLC anunciou a criação de outra joint venture com o grupo RZK para operar 11.282 hectares também em Querência, com potencial de cultivo de 21.837 hectares considerando a segunda safra.
A empresa da família Logemann tem aproveitado os custos menores de arrendamento, causados pela forte queda nas margens de lucro da soja nas últimas safras, para expandir área. Em julho, a SLC captou R$ 1 bilhão em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) para melhorar o perfil de endividamento, abrindo espaço para mais crescimento.
O analista Leonardo Alencar, da XP Investimentos, observa que, com os três arrendamentos recentes, a SLC praticamente cumpre seu guidance de crescimento de aproximadamente 35 mil hectares por ano, após dois anos sem crescimento. O analista considera uma expansão de 67 mil hectares em potencial de área plantada, considerando também o plantio de segunda safra nas duas joint ventures.
“Embora tenha cumprido sua promessa com o mercado, nós não descartamos novos arrendamentos uma vez que as margens continuam apertadas”, diz em nota a clientes. Com uma área plantada de 655 mil hectares na safra 2023-2024, nas duas safras, a SLC é um dos maiores grupos agrícolas do Brasil. Está avaliada em R$ 7,7 bilhões na Bolsa. Em 12 meses, as ações da empresa acumulam queda de 21%. Nesta terça, os papéis caem cerca de 1%.
Fonte: The AgriBiz