Por Paulo Santos e Camila Souza Ramos
A Atvos, controlada pelo fundo árabe Mubadala, pretende investir mais de R$ 350 milhões para construir sua primeira unidade de biometano a partir de resíduos da cana. A companhia assinou um memorando de investimentos para erguer a planta em Nova Alvorada do Sul (MS), onde fica a Usina Santa Luzia (USL).
A nova fábrica terá capacidade instalada de 28 milhões de metros cúbicos de biometano por safra. A Atvos espera fortalecer a economia local, já que possuiu três usinas no Estado, que geram 4 mil empregos diretos e mais de 11 mil indiretos. A empresa já conta com uma usina em Nova Alvorada do Sul, que tem capacidade para moer 5,5 milhões de toneladas de cana e produzir 498 milhões de litros de etanol.
“A implantação da fábrica de biometano na Unidade Santa Luzia (USL) marcará a entrada da Atvos no mercado de gás natural de origem renovável, com o diferencial de produzi-lo em larga escala para atender uma demanda que não para de crescer”, disse, em nota, Bruno Serapião, CEO da Atvos.
De acordo com o executivo, a produção de biometano da Usina Santa Luzia deve ser direcionada para o abastecimento de parte da frota logística da própria companhia e de seus parceiros agrícolas, com o objetivo de reduzir em até 40%, o uso do diesel nos veículos. O volume excedente deve ser direcionado para os municípios do entorno, de acordo com Serapião.
A maior parte das plantas de biometano em operação hoje ainda destinam a produção para as operações próprias das empresas, sem atuar comercialmente. Segundo a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), das 20 plantas em operação hoje no país, apenas seis comercializam o gás produzido. A associação espera que, em cinco anos, existam 90 plantas com atuação comercial em até cinco anos, das quais 42% espera-se que sejam do setor sucroalcooleiro.
A futura planta de biometano da Atvos está em fase de análises de engenharia para aprovação final. A expectativa é iniciar as obras ainda neste ano.
Fonte: Globo Rural