Nesta terça-feira, 26/3, em Brasília, representantes das montadoras de híbridos e de elétricos reuniram-se com representantes do governo no Palácio do Planalto com o objetivo de conhecerem as primeiras regras de adesão ao Programa Mover. O objetivo da iniciativa é estabelecer as diretrizes para os combustíveis que serão usados no futuro.
A Associação Nacional das Fabricantes de Veículos (Anfavea), que reúne as maiores montadoras de carros a combustão do país, e a recém-criada Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) travam, segundo a reportagem do Estadão, uma disputa acirrada com vistas a incentivos fiscais do governo.
O desafio da indústria automotiva é em relação às apostas na produção de carros elétricos ou na de híbridos que mantenham um motor a combustão. Montadoras nos Estados Unidos e Europa já definiram como rota de crescimento a produção de elétricos, em razão da menor emissão de gases de efeito estufa no consumo do automóvel. No Brasil, a discussão ganhou outros contornos em razão do poder político e econômico do etanol.
Nos bastidores e em público, autoridades do governo Lula já demonstraram preferência para que o Brasil desenvolva carros elétricos, porém que dê prioridade aos híbridos (que combinam eletricidade e combustão) com motores flex. Atualmente só a Toyota fabrica veículos com essa característica e o desafio é apostar em uma tecnologia que dificilmente terá mercado fora do país, reduzindo potenciais ganhos de escala dos fabricantes. A discussão não se encerra nessa reunião, mas a largada para o futuro da indústria automotiva já foi dada.
Íntegra da Matéria: Estadão (para assinantes)