Críticos da política de Joe Biden, produtores de petróleo e gás dos EUA contabilizam lucro quase triplicado sob a gestão do democrata. Mesmo assim, expoentes do setor recomendam que a reeleição do presidente seria um “desastre”, atribuindo as críticas a políticas definidas como “hostis”. As informações são do jornal Folha de S.Paulo (28/02).
As 10 principais empresas de capital aberto do setor, em fase de fechamento de seus resultados para 2023, estão a caminho de ter acumulado um lucro líquido combinado de US$ 313 bilhões nos primeiros três anos do governo Biden, ante US$ 112 bilhões no mesmo período sob Donald Trump.
O grupo formado por ExxonMobil, Chevron, ConocoPhillips, EOG, Pioneer Natural Resources, Occidental Petroleum, Hess, Devon Energy, Diamondback Energy e Coterra Energy— capitaliza coletivamente uma elevação de 132% ao longo do período para mais de US$ 1,1 trilhão, em comparação a uma queda de 12% nos primeiros três anos de Trump. Os lucros de 2023 são baseados nos balanços divulgados pelas empresas.
A produção dos EUA registra recordes nos últimos anos, como por exemplo, os números apresentados em novembro, com a produção de petróleo em 13,3 milhões de barris por dia, enquanto o gás natural ultrapassou 2,9 bilhões de metros cúbicos por dia pela primeira vez. Os números superam o do Qatar e tornaram os EUA o maior exportador de gás natural do mundo, em 2023.
Esses índices, porém, pouco têm a ver com as políticas de Washington, mas são decorrentes da guerra da Ucrânia, que causou a elevação dos preços de petróleo e gás.
Um forte ressurgimento na demanda global por energia desde o choque da Covid-19 em 2020 também sustentou os preços. O West Texas Intermediate, o referencial de petróleo dos EUA, teve uma média de cerca de US$ 80 por barril durante os primeiros três anos de Biden, em comparação com US$ 58 no governo de Trump. Esse fato contraria também, o discurso político dos republicanos, que alertam ter havido um “sufocamento” do setor por parte de Biden. Para esse grupo político, reeleger Biden colocaria em risco a segurança energética do país.
O que, de fato, os analistas identificam, é que os presidentes em exercício têm pouco impacto sobre o desempenho de curto prazo do setor.
A verdade dos palanques, entretanto, discorda e propaga que Trump promete revogar grande parte da legislação climática de Biden se vencer em novembro, o que não é bem-visto pelos analistas, globalmente. Nas narrativas políticas, entretanto, o setor apoia Donald Trump. Desde que se deu início a corrida eleitoral, em 2020, o Partido Republicano já recebeu US$ 126,4 milhões em doações eleitorais do setor, em comparação com apenas US$ 23,6 milhões recebidos pelos democratas, de acordo com pesquisas da OpenSecrets.
Fonte: Folha de S.Paulo