PORTAL UDOP – O diretor da SCA Etanol do Brasil, Martinho Ono palestrou na última semana para diretores das associadas UDOP na Assembleia de Diretoria realizada pela entidade em Araçatuba/SP. Durante a assembleia, inclusive, os diretores aprovaram a adesão da Usina Pagrisa ao quadro associativo da entidade, que passa, agora, a representar unidades instaladas em 11 estados da federação. O evento comemorou, também, os 36 anos de fundação da UDOP.
Durante sua palestra, Martinho Ono destacou que o setor vive hoje um cenário de muitas incertezas. “Cada dia que se passa tem novidades, a gente tá vendo uma oscilação enorme (de preços) fruto ora da OPEP, ora da nova cepa do coronavírus”, destacou.
Para o Diretor da SCA a safra 2021/22 teve uma atenção redobrada no compromisso de fornecimento de etanol anidro para o mercado, o que já foi superado. “Hoje acho que temos etanol suficiente, independente da importação, para chegar no mês de abril”, pontuou Martinho falando sobre a disponibilidade de etanol na entressafra da região Centro-Sul do País, maior produtora do País.
Em sua apresentação o diretor da SCA também destacou que o etanol hidratado foi bem precificado nos meses de outubro e início de novembro, “com o litro chegando a R$ 4,50 a R$ 4,70, um preço recorde, que inibiu a demanda no mês de novembro, e agora com a pressão das últimas semanas no barril de petróleo eu penso que em termos de preço o melhor da comercialização já foi realizado e de agora pra frente vamos ver um preço um pouco depreciado, eu diria alguma coisa ao redor de R$ 4,20 a R$ 4,30 baseado nos preços da gasolina”.
Sobre a paridade do etanol hidratado e da gasolina, Martinho acredita que agora a mesma deva ser melhorada, com os ajustes ocorridos nos últimos dias. “O mercado aprendeu a precificar os preços de venda sempre olhando a tela futura da gasolina no mercado internacional, lembrando que a Petrobrás tem a política do PPI, considerando o preço internacional. Exageramos no mês de novembro, fomos a 82% de paridade e agora nós devemos retornar aí para um nível de 75%, e voltar a uma demanda que no mês de novembro deve ser um pouco superior a 1,1 bi (de litros de etanol) e precisamos de 1,3 bi/l”.
Safra 2022/23
Para a safra 2022/23, Martinho Ono projeta uma temporada com uma produção um pouco melhor que a desta safra que se encerra dia 31 de março. “Será uma safra que vai demandar ainda muita produção de anidro. Nossa projeção para 2022 é de que a alocação de ATR tem que continuar sendo no anidro. O açúcar vai ter a preferência, com uma produção muito parecida com o que foi esse ano, e a diferença será o hidratado, também com uma oferta maior, mas ainda trabalhando com uma régua alta em termos de preço”, finalizou.
Assista a entrevista exclusiva de Martinho Ono para a TV UDOP clicando aqui.
Fonte: UDOP.