Semana volátil para o óleo de soja

DE OLHO NO BIODIESEL BOLETIM SEMANAL DE MERCADO DA SCA BRASIL 17 a 21/11/2025

O mercado futuro do óleo de soja apresentou uma semana volátil, com uma grande valorização no início da semana, impulsionado pela alta do diesel e pelos rumores de que a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) buscava aprovar as novas propostas dos RVOs, que são volumes obrigatórios de combustíveis renováveis. Mas o mercado acabou perdendo os ganhos iniciais, com a grande queda do heating oil (óleo para aquecimento) e cautela do mercado com a possibilidade do governo americano adiar medidas que favorecem o uso de matérias-primas domésticas para biocombustíveis e terminou a semana com variação quase estável em relação à sexta anterior.

A última semana iniciou com o mercado repercutindo os dados de esmagamento de outubro nos EUA, divulgados pela Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (NOPA). O desempenho ficou significativamente acima das 5,7 milhões de toneladas estimadas pelo mercado e os estoques, avançando 5%, para 591,9 milhões de toneladas, ajudaram no suporte do óleo de soja.

O receio do mercado quanto ao equilíbrio do combustível no Hemisfério Norte, diante de estoques abaixo do normal nos EUA e na Europa e preocupações com uma possível redução na disponibilidade, fizeram o Brent e o heating oil emplacar uma sequência de valorizações, mas com a pressão americana para o aceite da Ucrânia dos termos de um acordo de paz com a Rússia, geram uma retração dos preços do petróleo, puxando os futuros do heating oil.

As especulações sobre decisões da EPA movimentam o mercado. A possibilidade do governo estar estudando adiar para 2027 ou 2028 a medida que limita em 50% a geração de RINs para biocombustíveis produzidos a partir de matérias-primas estrangeiras, trouxe novamente preocupação ao mercado.  A possível alteração ajudaria o setor petrolífero, que argumenta que o país não dispõe de oferta suficiente de matérias-primas domésticas para suprir toda a demanda de biocombustíveis.

O contrato de janeiro/2025 do óleo de soja negociado na Bolsa de Chicago (CBOT, na sigla em inglês) encerrou em 50,58 cents/libra na sexta-feira (21/11), apresentando valorização de 0,18% na semana. O prêmio de janeiro/2026 do óleo de soja em FOB Paranaguá ganhou 110 pontos, fechando a semana em 0,30 cents/libra. O flat price do óleo de soja FOB Paranaguá fechou em US$ 1.121,71/ton., uma valorização de 2,39% em relação à semana anterior.

Elaboração: SCA Brasil

Na última semana durante a COP 30, as entidades representativas das indústrias do biodiesel defenderam o biocombustível como uma das soluções viáveis para o “Compromisso de Belém pelos Combustíveis Fósseis”. O pacto, conhecido também como Belém 4X, foi assinado por mais de 20 países e prevê quadruplicar o uso de ‘combustíveis sustentáveis’ até 2035. “Durante a COP 30 está claro que o nosso País é referência a ser seguida na utilização das mais variadas rotas de biocombustíveis. Neste cenário, as associações reforçam a solução real que o biodiesel representa e o compromisso de continuar a investir e ampliar essa oferta”, afirmam a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) e a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) no “Manifesto pelo Biodiesel COP 30” assinado conjuntamente.

No levantamento realizado pela SCA Brasil, o mercado spot de biodiesel apresentou um volume de vendas de 1.860 m³ na semana, 6,5% acima em relação à anterior, com o destaque para o estado da Bahia, com volume comercializado de 1.080 m³. O preço médio apurado na semana foi de R$ 5.968/m³, com PIS/COFINS e sem ICMS, com uma valorização de 1,2% em relação à semana anterior.

Elaboração: SCA Brasil

Devido ao feriado do dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a ANP não divulgou na sexta (21/11) o levantamento de preços de biodiesel.