
O mercado brasileiro de fertilizantes deve crescer este ano com a reposição de nutrientes após a colheita recorde, mas a safra 2025/26 segue desafiadora, afirma o CEO da Yara Brasil, Marcelo Altieri. Em entrevista para o AgroBiz, Marcelo destaca bom desempenho em Mato Grosso, Centro-Oeste e Sudeste, enquanto o Rio Grande do Sul sofre os efeitos de quatro safras marcadas por secas e enchentes — região onde a empresa mantém sua principal planta.
O crédito restrito e os baixos preços dos grãos, pressionados por estoques globais elevados, limitam a rentabilidade do produtor, embora Altieri espere uma colheita semelhante à anterior.
Na COP30, a Yara apresenta projetos de produção agrícola com menor pegada de carbono, como o café lower carbon da Cooxupé, que reduziu 40% das emissões com uso de fertilizante renovável. Em Cubatão (SP), a empresa produz amônia renovável a partir de biometano, com redução de 75% nas emissões. Parcerias com a Barry Callebaut e a PepsiCo mostram reduções de 40% a 66% em cacau e batata.
A expansão desses modelos ainda depende de escala e custo: parte do fertilizante de baixo carbono precisou ser importada, e o biometano segue caro. Altieri afirma que o avanço só ocorrerá se o consumidor optar por produtos sustentáveis. Ele defende que agricultores sejam compensados por práticas que preservam o solo e contribuam para a segurança alimentar.
Fonte: The AgriBiz