Cana-de-açúcar mantém papel estratégico no etanol apesar da expansão do milho

Foto: Divulgação/ Unica

Apesar do crescimento do etanol de milho no Brasil, a cana-de-açúcar continua oferecendo vantagens competitivas, segundo Werner Roger, CIO da Trígono Capital. Entre elas, destaca-se a possibilidade de gerar biometano a partir da vinhaça, subproduto da produção de etanol, reduzindo gastos com diesel e emissões de carbono.

O biometano, atualmente mais barato que o diesel — cerca de R$ 3,60 por litro contra R$ 6 — também pode gerar créditos de descarbonização (CBios), que futuramente poderão se transformar em receita significativa para usinas como a São Martinho. Além disso, políticas como a Lei do Combustível do Futuro e editais da Petrobras estimulam a produção do biocombustível, com metas de mistura entre 1% e 10% no gás natural veicular a partir de 2026.

Outro diferencial das usinas integradas de cana é a autossuficiência energética. Ao produzir seu próprio etanol, essas plantas reduzem custos operacionais, enquanto as unidades que utilizam milho dependem da compra de grãos, tornando o processo mais caro. Tratores e caminhões adaptados para etanol ampliam ainda mais essa autonomia.

O etanol de milho já responde por 25% da produção nacional e deve chegar a 40–50% nos próximos dez anos, mas especialistas alertam que a integração com a cana — no modelo “flex”, que combina açúcar, etanol de milho e de cana — oferece maior sustentabilidade e segurança operacional, equilibrando custos e riscos de fornecimento.

Fonte: Money Times