As exportações brasileiras de etanol reverteram a tendência de alta nos volumes vista nos últimos meses. Em outubro, as usinas enviaram 99,71 milhões de litros do biocombustível para outros países, retração de 52,1% no mês e de 51% no ano.
Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) na última sexta-feira, 7.
Apesar da queda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está estudando possibilidades para incentivar a pesquisa e colocar os biocombustíveis na pauta exportadora brasileira.
O preço médio, por outro lado, passou por uma alta mensal de 6,6%, para US$ 598,42 por metro cúbico. Na comparação anual, o acréscimo foi de 8,3%. Apesar disso, com a retração no volume negociado, a receita apresentou uma baixa de 46,9% ano a ano, totalizando US$ 59,67 milhões.
No período, os principais destinos do etanol brasileiro foram: Coreia do Sul (47,53 mil litros); Países Baixos (26,99 mil litros); Gana (7,94 mil litros); Filipinas (7,26 mil litros); e Camarões (3,4 mil litros).
Entre janeiro e outubro, as usinas exportaram 1,36 bilhão de litros de etanol, 17,4% abaixo do mesmo recorte de 2024. Neste intervalo, o preço médio registrou uma alta de 2,9%, para US$ 579,11/m³, somando um faturamento de US$ 788,82 milhões (-8%).
Taxação dos Estados Unidos
Em agosto, entraram em vigor as taxas de 50% dos Estados Unidos na importação de produtos brasileiros.
Na época, a Datagro calculou que a tarifa geraria um custo extra de, aproximadamente, US$ 90,9 milhões por ano para as exportações brasileiras do biocombustível. Segundo a consultoria, foram destinados 309,72 milhões de litros de etanol do Brasil para os Estados Unidos em 2024, a um preço médio de US$ 0,587 por litro.
As tarifas estão em debate entre os dois países, e há um receio por parte das usinas de que o etanol norte-americano tenha suas taxas reduzidas para entrar no mercado brasileiro. Membros do governo federal que trabalham na negociação, entretanto, afirmaram que os EUA não tocaram no tema.
No último mês, os Estados Unidos importaram 1,31 mil litros do biocombustível brasileiro, alta de 10,3% ante setembro. Em comparação com os 21,89 mil litros adquiridos em outubro de 2024, houve uma retração de 94%.
O preço médio, por sua vez, passou por um acréscimo anual de 28,9%. Em outubro, o etanol foi negociado por cerca de US$ 772/m³.
Por Giully Regina
Fonte: NovaCana
